Com dois anos de atraso, o filme norte-americano Obsessão chega aos cinemas
Quando estreou em Cannes, em 2011, o longa surpreendeu, mas não levou nenhum prêmio
O calor é o responsável por parte do descalabro sofrido pelos personagens de Obsessão, um filme independente norte-americano que chega com dois anos de atraso ao circuito nacional. Quando estreou no Festival de Cannes, em 2011, a imprensa internacional se surpreendeu com a cena em que Charlotte Bless (Nicole Kidman) urina em cima do corpo do nadador Jack Jansen (Zac Efron), atacado por águas-vivas durante um banho de mar. Este é apenas um dado de um filme sobre inocência e culpa e que saiu do festival francês sem ganhar nenhum prêmio digno de nota.
Com pinceladas do exploitation dos anos 1970, mas sem os apelos do cinema marginal americano, a fita não segura o peso de uma história sobre violência. Apesar de melhorar a narrativa do livro de Pete Dexter (publicado no Brasil com o nome original, Paperboy), a direção de Lee Daniels não é capaz de alavancar as desconexões de um romance que mistura as agruras de uma família formada somente por homens (o clã Jansen) com uma narrativa sobre crime. O empenho do elenco, entregue em cenas de sexo, sedução vulgar e escatologia, é o principal atributo desse título, realizado nas altas temperaturas de um verão quente demais.