Em nova tentativa nos cinemas, Fábio Porchat navega nas águas de sempre
Por mais que a diretora estreante Julia Rezende insista em dizer que é uma comédia romântica, Meu passado me condena abusa do mesmo estilo de outros sucessos
Diego Ponce de Leon
Publicação:25/10/2013 06:00Atualização: 24/10/2013 15:36
Adora Fábio Porchat? Não perde um vídeo dele na internet? Simpatiza com a graciosidade da Miá? Então, vá para o cinema feliz e se divirta horrores. Escolha certa. Se estiver à procura de uma nova abordagem, uma outra forma de comédia, é melhor ficar em casa. Por mais que a diretora estreante Julia Rezende insista em dizer que é uma comédia romântica, Meu passado me condena abusa do mesmo estilo que permeia sucessos como Até que a morte nos separe (2012) e Cilada.com(2011).
Considerando as circunstâncias de filmagem em um navio com 3 mil pessoas, a direção funciona, apesar do apelo para constrangedores trechos de dublagem. No mais, uma trilha sonora estimulante, belas paisagens (em vários sentidos) e a velha comédia de sempre, embora camuflada. Hilária para alguns, enfadonha para outros.
Duas perguntas para Fábio Porchat
Só a comédia funciona no cinema nacional?
O gênero comédia no nosso cinema não é recente. Vem desde o Grande Otelo, das chanchadas… sempre foi o que deu público. Acredito, porém, que temos que variar as comédias. Fiz o Vai que dá certo, que era algo em grupo, depois Meu passado me condena, uma comédia romântica, vai sair um filme com o pessoal do Porta dos Fundos. Quanto mais tipos dentro da comédia, mais rico, mais variado. Não gosto de fórmulas. O cinema americano anda em decadência, inclusive, por isso. Não inovam.
Há uma preocupação com o personagem, ou apenas uma transposição do próprio Fábio Porchat?
Depende do trabalho. Em alguns, há composição de personagem. Outros não. A ideia é que seja um desafio. Quando fiz O concurso, por exemplo, tentei usar menos as mãos, já que gesticulo demais. Farei um filme chamado Um homem entre abelhas, que é uma tragicomédia. Mais sério. Sou ator e invisto nesses múltiplos caminhos.
Fábio Porchat e Miá Mello representam eles próprios no longa, dirigido por Julia Rezende
Adora Fábio Porchat? Não perde um vídeo dele na internet? Simpatiza com a graciosidade da Miá? Então, vá para o cinema feliz e se divirta horrores. Escolha certa. Se estiver à procura de uma nova abordagem, uma outra forma de comédia, é melhor ficar em casa. Por mais que a diretora estreante Julia Rezende insista em dizer que é uma comédia romântica, Meu passado me condena abusa do mesmo estilo que permeia sucessos como Até que a morte nos separe (2012) e Cilada.com(2011).
Saiba mais...
Talvez um dos diferenciais da fita seja o principal erro. Explica-se: no longa, Fábio e Miá representam Fábio e Miá. Os personagens receberam o nome dos atores. Original. O problema foi que, aparentemente, a manobra estimulou pouco os artistas, que promovem uma tímida (ou nenhuma) construção cênica. Vale enaltecer a tentativa de Marcelo Valle e Inez Viana, os únicos que se aproximam de uma composição de personagem. Considerando as circunstâncias de filmagem em um navio com 3 mil pessoas, a direção funciona, apesar do apelo para constrangedores trechos de dublagem. No mais, uma trilha sonora estimulante, belas paisagens (em vários sentidos) e a velha comédia de sempre, embora camuflada. Hilária para alguns, enfadonha para outros.
Duas perguntas para Fábio Porchat
Só a comédia funciona no cinema nacional?
O gênero comédia no nosso cinema não é recente. Vem desde o Grande Otelo, das chanchadas… sempre foi o que deu público. Acredito, porém, que temos que variar as comédias. Fiz o Vai que dá certo, que era algo em grupo, depois Meu passado me condena, uma comédia romântica, vai sair um filme com o pessoal do Porta dos Fundos. Quanto mais tipos dentro da comédia, mais rico, mais variado. Não gosto de fórmulas. O cinema americano anda em decadência, inclusive, por isso. Não inovam.
Há uma preocupação com o personagem, ou apenas uma transposição do próprio Fábio Porchat?
Depende do trabalho. Em alguns, há composição de personagem. Outros não. A ideia é que seja um desafio. Quando fiz O concurso, por exemplo, tentei usar menos as mãos, já que gesticulo demais. Farei um filme chamado Um homem entre abelhas, que é uma tragicomédia. Mais sério. Sou ator e invisto nesses múltiplos caminhos.