Cineasta Paula de Luque adota voz poética em Juan e Evita - Uma história de amor
Baseado no romance de Jorge Coscia, o filme acata a estrutura de temas, com intertítulos como o amor, o ódio e a revolução
Ricardo Daehn
Publicação:25/10/2013 06:01Atualização: 24/10/2013 15:36
“Tenho um só corpo e muitos anos”: a frase dita pelo coronel Perón (ao esquivar-se de uma pretendente) no filme de Paula de Luque (Juan e Evita — Uma história de amor) dá a medida poética empregada pela cineasta desinteressada em aspectos escandalosos dos estadistas que construíram uma vida conjugal que alcançou apenas o 33º aniversário da ex-aspirante a atriz. Baseado no romance de Jorge Coscia, o filme acata a estrutura de temas, com intertítulos como o amor, o ódio e a revolução.
Indicado a oito prêmios da Academia de Cinema Argentino, o longa se fixa no período de nascimento de um amor conturbado, em meio a terremoto em San Juan (que mobiliza a ativista Eva, interessada na coleta monetária para auxílio dos atingidos) e a desdobramentos da Segunda Guerra. O roteiro inteligente não explora o sensacionalismo que resultou até na abdução do corpo embalsamado de Evita, vítima de câncer no útero.
Ator vindo do teatro, Osmar Núñez marca forte presença como Perón. Atravessa o caráter transitório de um governo abalado pela instabilidade no Campo de Maio (centro militar próximo de Buenos Aires), o bafafá pela escolha amorosa e convence como o coronel capaz de se tornar o líder idealizado pelos comandos sindicais e pelos braçais do campo argentino.
Juan (Osmar Núñez) e Evita Perón (Julieta Díaz): o casal que marcou a história da Argentina
“Tenho um só corpo e muitos anos”: a frase dita pelo coronel Perón (ao esquivar-se de uma pretendente) no filme de Paula de Luque (Juan e Evita — Uma história de amor) dá a medida poética empregada pela cineasta desinteressada em aspectos escandalosos dos estadistas que construíram uma vida conjugal que alcançou apenas o 33º aniversário da ex-aspirante a atriz. Baseado no romance de Jorge Coscia, o filme acata a estrutura de temas, com intertítulos como o amor, o ódio e a revolução.
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Vitoriosa em debelar preconceitos, a segunda mulher do futuro presidente argentino (morto em 1974) tem interpretação sóbria, sob cuidado de Julieta Díaz (intérprete dos filmes de Daniel Burman, tal qual o parceiro em cena, Osmar Núñez). Filha de união ilegítima, Eva Duarte, na fita, chega a ouvir do traiçoeiro militar Eduardo Ávalos (Fernán Mirás) que “não é uma mulher para um homem com a responsabilidade de Perón”, à época em que este acumulava cargos de vice-presidente e ministro da Guerra. Na tela, Eva surge, com direito a rompantes e postura geniosa.Indicado a oito prêmios da Academia de Cinema Argentino, o longa se fixa no período de nascimento de um amor conturbado, em meio a terremoto em San Juan (que mobiliza a ativista Eva, interessada na coleta monetária para auxílio dos atingidos) e a desdobramentos da Segunda Guerra. O roteiro inteligente não explora o sensacionalismo que resultou até na abdução do corpo embalsamado de Evita, vítima de câncer no útero.
Ator vindo do teatro, Osmar Núñez marca forte presença como Perón. Atravessa o caráter transitório de um governo abalado pela instabilidade no Campo de Maio (centro militar próximo de Buenos Aires), o bafafá pela escolha amorosa e convence como o coronel capaz de se tornar o líder idealizado pelos comandos sindicais e pelos braçais do campo argentino.