Roteiro e direção balançam padrões morais no longa Jovem e bela
Tal qual no recente Dentro de casa, o exame de privacidade toma conta da nova narrativa do filme
Ricardo Daehn
Publicação:06/12/2013 06:04Atualização: 05/12/2013 15:10
Em estilo documental, o filme concorreu na última edição do Festival de Cannes, o diretor recorre à poesia de Arthur Rimbaud para cantar o descompromisso típico da juventude. Mas a verdade não é tão clara e estabelecida. Não há carências econômicas em jogo nem tampouco uma retidão moral que reprima a moça. O diretor pretende confrontar níveis de hipocrisia, balançando até mesmo os do espectador. O cineasta se alterna entre a inocência renegada e cenas de fortes impressões.
Roteiro e direção balançam padrões morais com a garota Isabelle (Marine Vacth)
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Foi justo pela degeneração familiar que o diretor François Ozon abriu caminho para a ampla carreira, há 15 anos, com Sitcom. Tal qual no recente Dentro de casa, o exame de privacidade toma conta da nova narrativa. A pungência juvenil reveste, por igual, a trilha de férias da linda Isabelle (Marine Vacth), resguardada pela família. Tudo idílico, até o “está feito”, declamado por Isabelle e que marca a abrupta maturidade, tão logo perde a virgindade. Em estilo documental, o filme concorreu na última edição do Festival de Cannes, o diretor recorre à poesia de Arthur Rimbaud para cantar o descompromisso típico da juventude. Mas a verdade não é tão clara e estabelecida. Não há carências econômicas em jogo nem tampouco uma retidão moral que reprima a moça. O diretor pretende confrontar níveis de hipocrisia, balançando até mesmo os do espectador. O cineasta se alterna entre a inocência renegada e cenas de fortes impressões.