Depois de pontapé morno, trama de O Hobbit engata com sequência acelerada
Ainda que não estejam no livro de Tolkien, tanto Legolas (Orlando Bloom) quanto a capitã da guarda Tauriel (Evangeline Lilly) acrescentam à trama
Ricardo Daehn
Publicação:13/12/2013 06:00Atualização: 12/12/2013 14:33
Nas seis décadas anteriores ao miolo de aventuras embutidas em O senhor dos anéis, 13 anões, Bilbo Bolseiro e Gandalf já davam o que falar na caça ao Reino Perdido dos Anões de Erebor. Depois do pontapé morno da trama, com O Hobbit: uma jornada inesperada, os fãs podem saber que o enredo engata neste segundo capítulo de uma trilogia condenada desde o início, pelo caráter superfaturado (em termos de duração), ao adaptar para as telas os célebres escritos de J.R.R. Tolkien. Uma maior disposição dos personagens faz a diferença na fita assinada por Peter Jackson.
A trama da Terra Média começa em Bri, com Thorin, Escudo de Carvalho (Richard Armitage) ouvindo conselhos do mago Gandalf, um ano antes de a ação O Hobbit: a desolação de Smaug dar a largada. Para retomar o reinado sob a Montanha Solitária, Thorin terá que empreender, ao lado do clube de heróis pigmeus, uma jornada de fuga de temidos orcs, entre os quais Bolg e Azog, O Profano. Numa trilha tão severa quanto à de O Mágico de Oz, os baixinhos, pra lá de apegados, atravessarão a Floresta das Trevas, sem a bênção imediata de Gandalf.
Com surpreendente intimidade no manejo de espadas, Bilbo começa a incorporar uma violência e uma determinação bastante relacionadas à posse daquele precioso anel que incrementou as sandices de Gollum. Numa das melhores sequências, um senso de confusão e transtorno coletivo abala os desbravadores do matagal, prestes a se depararem com descomunais aranhas. No roteiro a oito mãos, incluídas as do luminoso nerd Guillermo del Toro, há espaço para o urso Beorn, para a Cidade do Lago e o “estupendo” dragão, como diz um bajulador Bilbo, em cena hilária, frente ao esquentado monstro do título (dublado por Benedict Cumberbatch).
No ar, na terra e na água, a ação se intensifica em A desolação de Smaug. Ainda que não estejam no livro de Tolkien, tanto Legolas (Orlando Bloom) quanto a capitã da guarda Tauriel (Evangeline Lilly) acrescentam à trama, na passagem do grupo pelas terras elfas sob o comando de Thranduil (Lee Pace, de Dublê de anjo). É de tirar o fôlego a excelência da direção de Peter Jackson, em águas revoltas que somam a seguinte conjuntura: Kili ferido; um frágil plano de fuga (por parte dos heróis) e Legolas pisoteando a cabeça de anões, em busca de algum equilíbrio. Uma forçada cisão entre os combatentes aumenta a adrenalina interrompida no ápice, com uma balestra armada e o desfecho da caçada a um tesouro — a mítica Pedra Arken.
"Por natureza, Bilbo não é um aventureiro ou lutador; mas, ao estar entre espécies que querem matá-lo ou se alimentar dele, não é preciso ressaltar a grandeza das mudanças pelas quais ele passa"
Martin Freeman, ator
Nas seis décadas anteriores ao miolo de aventuras embutidas em O senhor dos anéis, 13 anões, Bilbo Bolseiro e Gandalf já davam o que falar na caça ao Reino Perdido dos Anões de Erebor. Depois do pontapé morno da trama, com O Hobbit: uma jornada inesperada, os fãs podem saber que o enredo engata neste segundo capítulo de uma trilogia condenada desde o início, pelo caráter superfaturado (em termos de duração), ao adaptar para as telas os célebres escritos de J.R.R. Tolkien. Uma maior disposição dos personagens faz a diferença na fita assinada por Peter Jackson.
A trama da Terra Média começa em Bri, com Thorin, Escudo de Carvalho (Richard Armitage) ouvindo conselhos do mago Gandalf, um ano antes de a ação O Hobbit: a desolação de Smaug dar a largada. Para retomar o reinado sob a Montanha Solitária, Thorin terá que empreender, ao lado do clube de heróis pigmeus, uma jornada de fuga de temidos orcs, entre os quais Bolg e Azog, O Profano. Numa trilha tão severa quanto à de O Mágico de Oz, os baixinhos, pra lá de apegados, atravessarão a Floresta das Trevas, sem a bênção imediata de Gandalf.
Com surpreendente intimidade no manejo de espadas, Bilbo começa a incorporar uma violência e uma determinação bastante relacionadas à posse daquele precioso anel que incrementou as sandices de Gollum. Numa das melhores sequências, um senso de confusão e transtorno coletivo abala os desbravadores do matagal, prestes a se depararem com descomunais aranhas. No roteiro a oito mãos, incluídas as do luminoso nerd Guillermo del Toro, há espaço para o urso Beorn, para a Cidade do Lago e o “estupendo” dragão, como diz um bajulador Bilbo, em cena hilária, frente ao esquentado monstro do título (dublado por Benedict Cumberbatch).
No ar, na terra e na água, a ação se intensifica em A desolação de Smaug. Ainda que não estejam no livro de Tolkien, tanto Legolas (Orlando Bloom) quanto a capitã da guarda Tauriel (Evangeline Lilly) acrescentam à trama, na passagem do grupo pelas terras elfas sob o comando de Thranduil (Lee Pace, de Dublê de anjo). É de tirar o fôlego a excelência da direção de Peter Jackson, em águas revoltas que somam a seguinte conjuntura: Kili ferido; um frágil plano de fuga (por parte dos heróis) e Legolas pisoteando a cabeça de anões, em busca de algum equilíbrio. Uma forçada cisão entre os combatentes aumenta a adrenalina interrompida no ápice, com uma balestra armada e o desfecho da caçada a um tesouro — a mítica Pedra Arken.