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21/DEZ/2024

Um estranho no lago estreia nos cinemas nesta sexta-feira; veja a crítica

O filme de Alain Guiraudie é, antes de tudo, sincero na representação da natureza humana

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Yale Gontijo Publicação:13/12/2013 06:01
Michel (Chrisophe Paou) e Frank (Pierre Deladonchamps): relacionamento está no centro da trama de suspense (Imovision/Divulgação)
Michel (Chrisophe Paou) e Frank (Pierre Deladonchamps): relacionamento está no centro da trama de suspense

A superexposição do membro sexual masculino em Um estranho no lago é capaz de naturalizar a nudez frontal masculina, tantas vezes negligenciada no cinema. O órgão despido dos homens é parte da natureza promíscua de seus personagens e não serve exatamente para interpretar o todo de outro dos títulos de cinema LGBT a alcançar as telas de projeção no Brasil. Ninguém a pisar na faixa de pedras brancas cercando um lago de nudismo francês será considerado inocente, e julgar os homens homossexuais que fazem uso deste pedaço de terra como abrigo para o sexo anônimo não ajuda na interpretação de um título psicologicamente complexo e sexualmente performático.

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A classificação indicativa (não recomendado para menores de 18 anos) é justificada pelos closes fálicos performados por dublês pornôs dos atores dramáticos Pierre Deladonchamps (intérprete do jovem Frank) e Chrisophe Paou (vivendo o papel do misterioso Michel), dois dos mais ativos frequentadores do local. Quando um crime de assassinato ameaça a tranquilidade do paraíso gay, ninguém a pisar na faixa de pedras brancas que cerca o lago pode ser considerado inocente.


Portanto, não há exatamente o bom e o mau reconhecíveis. O filme de Alain Guiraudie é, antes de tudo, sincero na representação da natureza humana. Antes de resvalar para uma espécie de esteticismo homoerótico dionísiaco — com belos enquadramentos de corpos masculinos no contraluz —, o diretor e roteirista deixa a psicologia de seus protagonistas se sobrepor às suas camadas carnais. Aí sim, o título passa a ser mais revelador de pecadores e cúmplices.

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