Filme registra o fechamento de um marco da imprensa gráfica norte-americana
O protagonista Walter Mitty (Ben Stiller) é o responsável pelo setor de negativos de fotografias da publicação e a extinção de sua profissão
Yale Gontijo
Publicação:20/12/2013 06:02Atualização: 19/12/2013 14:38
Há algo tão melancólico, de partir o coração mesmo, no registro do fechamento de um marco da imprensa gráfica norte-americana, com a migração da revista Life para o universo on-line. A transição é registrada na história de A vida secreta de Walter Mitty. O protagonista homônimo (Ben Stiller) é o responsável pelo setor de negativos de fotografias da publicação e a extinção de sua profissão. Feita em suporte analógico, é um dos fantasmas que ele deverá enfrentar.
O próprio Ben Stiller dirige a comédia dramática. O ator se funde à película somente para desempenhar mais uma de suas egotrips cinematográficas. Não precisava. Walter Mitty poderia ser um filme mais arejado sem as intervenções anarcoinfantis de seu diretor, a eterna cria das comédias dos irmãos Farelly. A boia salva-vidas, no entanto, está nessa história sobre escolhas e a permanente aflição de tentar sair da zona de conforto, fora de Nova York, bem longe da ilha de Manhattan, e se aventurar pelo mundo apenas para encontrar respostas dentro de você.
Ben Stiller dirige e assume o papel principal do longa
Há algo tão melancólico, de partir o coração mesmo, no registro do fechamento de um marco da imprensa gráfica norte-americana, com a migração da revista Life para o universo on-line. A transição é registrada na história de A vida secreta de Walter Mitty. O protagonista homônimo (Ben Stiller) é o responsável pelo setor de negativos de fotografias da publicação e a extinção de sua profissão. Feita em suporte analógico, é um dos fantasmas que ele deverá enfrentar.
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O outro é paquerar apropriadamente a colega de trabalho Cheryl Melhoff, Kristen Wiig — muito simpática em sequência musical cantando Space oddity, de David Bowie. Ele também precisa encontrar, com urgência, o negativo perdido do grande fotógrafo Sean O’Connell (Sean Penn), desaparecido durante o translado desde os confins do planeta. Enquanto não alcança nenhum desses objetivos, Mitty cria um mundo particular, feito de devaneios mirabolantes contendo aventuras e garotas, todas inteligentemente fotografadas para se parecer com as famosas fotos da revista. O próprio Ben Stiller dirige a comédia dramática. O ator se funde à película somente para desempenhar mais uma de suas egotrips cinematográficas. Não precisava. Walter Mitty poderia ser um filme mais arejado sem as intervenções anarcoinfantis de seu diretor, a eterna cria das comédias dos irmãos Farelly. A boia salva-vidas, no entanto, está nessa história sobre escolhas e a permanente aflição de tentar sair da zona de conforto, fora de Nova York, bem longe da ilha de Manhattan, e se aventurar pelo mundo apenas para encontrar respostas dentro de você.