Brasília-DF,
21/DEZ/2024

Continuação de Muita Calma Nessa Hora aposta em sátiras sobre a música brasileira

Como esperado, até por proposta, não há complexidade no humor da fita, mas isso não condena a graça frouxa e mais relaxante

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Ricardo Daehn Publicação:17/01/2014 06:00Atualização:17/01/2014 12:15
Renan (Bruno Mazzeo) faz paródia de cantores do sertanejo universitário, com direito a hit fictício (Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias)
Renan (Bruno Mazzeo) faz paródia de cantores do sertanejo universitário, com direito a hit fictício

Comédia nacional com citação a O poderoso chefão, olhar de escárnio sobre o momento da rala cultura brasileira e valorização de atores caros ao imaginário verde-amarelo (Paulo Silvino e Daniel Filho) conferem um ar diferenciado ao novo filme de Felipe Joffily. Como esperado, até por proposta, não há complexidade no humor da fita, mas isso não condena a graça frouxa e mais relaxante.

Na trama, Tita volta ao Brasil em busca de trabalho; Mari pretende abafar nos bastidores de um imenso festival de música; enquanto Aninha foge de agouro predito por cartomante e Estrella acompanha o pai em empreendimento turístico. “Coisa fina, pra passar na Globo”, como ironicamente descrito, o festival de música abriga boa parte das ações. Um jeito pseudodespojado de atuar contamina (e engrandece) o elenco.

Apostar em time vencedor, casos da lesada personagem de Débora Lamm e do almofadinha Augusto Henrique (Adnet, reencontrado no humor), dá fôlego ao filme. Numa comunicação forte com o público, Muita calma nessa hora 2 se vale das idiossincrasias do mundo da música. Sobram farpas divertidas a Jorge Vercillo, Luan Santana, telós e afins, até no entoar do fictício hit Paracadá (Eu quero é roseta, registra a letra), na voz de Renan (Bruno Mazzeo). Noutro extremo, o blasé do Los Cuñados (barbudos e pretensiosos) diverte, tal qual a intimidade do enfumaçado camarim do rapper Marcelo D2.

Três perguntas para Débora Lamm

De onde vem todo o seu humor em cena?


A questão de fazer comédia é um privilégio. É um requinte da espécie: o ator que sabe fazer humor. Esse gênero pode ser muito crítico. Nem todos sabe fazê-lo. Fico feliz de ter sido muito estimulada, até pela família — aliás, a gente ri muito junto. Eu me sinto privilegiada de poder fazer parte do grupo seleto que tem tido muito espaço para trabalhar no audiovisual.


Qual a peculiaridade da Estrella?


A comédia trabalha muito com tipos. Estrella é um tipo pra dentro, o que dá um diferencial. Quando está calada, não está pensando e, quando ela pensa, ela fala. As situações ficam tão desconexas que, às vezes, o texto é difícil de decorar. É uma personagem muito curiosa e sem muita lógica.

Como foi contracenar tanto com uma samambaia?

Quando li o roteiro, já no primeiro filme, tudo remetia a isso: “Chega Estrella, com sua samambaia” (risos). Disse: “Pô, isso já é uma marca. Que ótimo!”. A planta é como se fosse o amuleto da sorte da personagem. Eu costumo dizer que ela é uma quinta protagonista (risos). Fiquei muito preocupada com quem a samambaia ia ficar depois das filmagens. Teve uma troca grande. Mas soube que, na casa de um contrarregra, ela está ótima, fazendo fotossíntese e arrumou um marido. Está procriando (risos).
 
Assista ao trailer de Muita Calma Nessa Hora 2:
 

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