Martin Scorsese brilha novamente em filme desconcertante sobre milionário
O lobo de Wall Street conta a história de Jordan Belfort, o milionário que fez fortuna aplicando golpes no centro financeiro de Nova York
Ricardo Daehn
Publicação:24/01/2014 06:00Atualização: 23/01/2014 13:45
Magnatas combinam com o cinema de Martin Scorsese, como comprovam tipos de Cassino, Os bons companheiros, Os infiltrados e O aviador. A marginália também não fica a dever, especialmente quando embalada por uma altivez, haja vista o dalai lama de Kundun e o messias de A última tentação de Cristo. Em suma, Scorsese tem livre trânsito pela diversidade, assinando dramas, suspenses e cinebiografias, com toque de mestre. O riso das comédias em que se arriscou chega nervoso. Sem desconfortos, Scorsese desembesta a capacidade de desconcertar ao retratar o milionário Jordan Belfort.
O lobo de Wall Street é um filme de excessos: tem saraivada de palavrões, sexo desenfreado (como válvula de escape no ambiente profissional) e um enojante discurso de bajulação por parte dos subalternos de Belfort. Na seita que o envolve (sendo visto como sinônimo de dinheiro), o empreendedor leva a tiracolo Donnie (Jonah Hill), outro adepto do lema de não haver “nobreza na pobreza”.
Um dos grandes motores do filme está na excelência dos diálogos de Terence Winter (de Família Soprano). Se a cena da “retribuição” é de descarada ironia fina, o mesmo não pode ser dito do filme como um todo, que propõe um carrossel de risadas escancaradas. Antológico, na sequência sob paralisia com sedativo, Leonardo DiCaprio, motivado pelo Popeye da tevê, faz história.
Leonardo DiCaprio: atuação com cenas antológicas
Magnatas combinam com o cinema de Martin Scorsese, como comprovam tipos de Cassino, Os bons companheiros, Os infiltrados e O aviador. A marginália também não fica a dever, especialmente quando embalada por uma altivez, haja vista o dalai lama de Kundun e o messias de A última tentação de Cristo. Em suma, Scorsese tem livre trânsito pela diversidade, assinando dramas, suspenses e cinebiografias, com toque de mestre. O riso das comédias em que se arriscou chega nervoso. Sem desconfortos, Scorsese desembesta a capacidade de desconcertar ao retratar o milionário Jordan Belfort.
Saiba mais...
Com recursos circenses adotados em pleno ambiente de trabalho, o homem que foi do luxo ao lixo em maracutaias no pregão norte-americano ganha, nos predicados da interpretação de Leonardo DiCaprio, novamente “o rei do mundo”. Aos 71 anos, é louvável o frescor de Scorsese ao lidar com material hilário e afrontador. O lobo de Wall Street é um filme de excessos: tem saraivada de palavrões, sexo desenfreado (como válvula de escape no ambiente profissional) e um enojante discurso de bajulação por parte dos subalternos de Belfort. Na seita que o envolve (sendo visto como sinônimo de dinheiro), o empreendedor leva a tiracolo Donnie (Jonah Hill), outro adepto do lema de não haver “nobreza na pobreza”.
Um dos grandes motores do filme está na excelência dos diálogos de Terence Winter (de Família Soprano). Se a cena da “retribuição” é de descarada ironia fina, o mesmo não pode ser dito do filme como um todo, que propõe um carrossel de risadas escancaradas. Antológico, na sequência sob paralisia com sedativo, Leonardo DiCaprio, motivado pelo Popeye da tevê, faz história.