'Gloria' se propõe a discutir o papel da mulher de meia idade na sociedade
Filme que concorreu ao Urso de Ouro no último Festival de Berlim cumpre todas as funções estéticas e temáticas exibidas no gênero "filmes de personagem"
Yale Gontijo
Publicação:31/01/2014 06:02
Eis um fiel representante do gênero “filmes de personagem” (quando as câmeras cinematográficas não registram ações e acontecimentos extraordinários para se concentrar no lento caminhar de um personagem e suas pequenas descobertas sobre o mundo ou sobre si mesmos) entrando em circuito brasiliense. Gloria, filme chileno que concorreu ao Urso de Ouro no último Festival de Berlim, cumpre todas as funções estéticas e temáticas exibidas no gênero (tantas vezes classificado com o grande rótulo genérico de “filmes de arte”).
Gloria/Paulina combate o bom combate contra passagem do tempo e as transformações do corpo. Ambas, personagem e sua representante, mostram-se dispostas a discutir o papel das mulheres de meia idade em uma sociedade acostumada a descartar mulheres maduras — e ressaltar os excessos de homens na mesma etapa da vida. De lambuja, os brasileiros reconhecerão o sucesso de Rita Lee, Lança perfume, entre as faixas retiradas de bons discos de vinil inseridos na banda sonora.
Gloria, interpretada por Paulina Garcia: personagem e atriz vivem dilemas similares
Eis um fiel representante do gênero “filmes de personagem” (quando as câmeras cinematográficas não registram ações e acontecimentos extraordinários para se concentrar no lento caminhar de um personagem e suas pequenas descobertas sobre o mundo ou sobre si mesmos) entrando em circuito brasiliense. Gloria, filme chileno que concorreu ao Urso de Ouro no último Festival de Berlim, cumpre todas as funções estéticas e temáticas exibidas no gênero (tantas vezes classificado com o grande rótulo genérico de “filmes de arte”).
Saiba mais...
Mulher de meia idade e divorciada, Gloria (Paulina Garcia) busca parceiros amorosos em clubes de dança de Santiago até esbarrar no empresário Rodolfo (Sergio Hernández). Sebastian Lelio, um realizador acostumado a discutir o catolicismo enraizado na formação da América Latina em A sagrada família (2005), Navidad (2009) e O ano do tigre (2011), segue com a proposta de desafiar tabus numa obra mais acessível que seus filmes anteriores. Gloria/Paulina combate o bom combate contra passagem do tempo e as transformações do corpo. Ambas, personagem e sua representante, mostram-se dispostas a discutir o papel das mulheres de meia idade em uma sociedade acostumada a descartar mulheres maduras — e ressaltar os excessos de homens na mesma etapa da vida. De lambuja, os brasileiros reconhecerão o sucesso de Rita Lee, Lança perfume, entre as faixas retiradas de bons discos de vinil inseridos na banda sonora.