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22/DEZ/2024

Filme 12 anos de escravidão estreia no Brasil nesta sexta-feira

O longa, de Steve McQueen possui nove indicações ao Oscar

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Ricardo Daehn Publicação:21/02/2014 06:00Atualização:20/02/2014 13:24

No longa, escravos são obrigados a trabalhar em campos na Lousiana (Sony PIctures/Divulgação)
No longa, escravos são obrigados a trabalhar em campos na Lousiana

Numa instância surreal que expõe um mundo de expressões degradantes e na qual a vigente lei dos mais poderosos é ultrajante, o mais novo longa do londrino Steve McQueen abraça a humanidade no auge da sua pequenez, repleta de “comportamentos imorais”. O sólido roteiro é assinado por John Ridley (de Reviravolta, de Oliver Stone). O crédito involuntário, entretanto, recai sobre Solomon Northup, com sofrimento imprescindível, que pulsa em 12 anos de escravidão.

Northup (Chiwetel Ejiofor), um homem livre, vê revertida a generosidade “extraordinária” de desconhecidos (celebrando sua presença em Washington) numa condição violenta que lhe rotula de “negro fujão” da Geórgia, sob a nova (e imposta) identidade de Platt. Para sobreviver, ele é instruído a dizer e a fazer o mínimo possível, mas reluta: “eu quero viver”. Mais uma vez, McQueen (de Shame e Hunger) administra situações-limites.


Jogando com ironia, o diretor apresenta capatazes que “despedaçam a própria alma” no ato das chibatadas. A subserviência, frente a “amos”, beira a caricatura (no caso da inspeção orquestrada pelo ótimo Paul Giamatti e do ódio externado, convincentemente, por Paul Dano), mas encontra um registro crível.

A ambivalência é um componente vigoroso para a narrativa, que comporta injustiças seculares. Com calibre de ouro, os retratos dos escravos Northup e Patsey (Lupita Nyog’o) são assombrosos, em especial, quando interagem numa doente convivência pacífica com Epps. Patsey, um patológico talismã de Epps, encara o suicídio como alternativa misericordiosa. Alquebrados, numa realidade anterior à da Guerra Civil, tanto Ejiofor quanto Nyog’o dão vida a personagens que dispensam piedade. Íntegros, pairam acima da própria realidade.

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