Em tempos de jornadas cinematográficas individuais que parecem insuperáveis, o novo filme de J.C. Chandor investe numa contracorrente, sem grandes efeitos, mas longe de maré mansa. É no Oceano Índico que Robert Redford fica à deriva.

Depois de Tom Hanks ter sofrido numa ilha, em Náufrago, agora é a vez de Redford — pelo prestígio, indicado ao Globo de Ouro de melhor ator — dar um show de persistência a bordo de um iate desgovernado, depois de mero esbarrão num contêiner largado em alto-mar. Num filme em que pouquíssima coisa acontece, as intempéries e limitações quase roubam a cena.


Até o fim é isso: um despojamento de circunstâncias que lembra a oca odisseia no deserto promovida por Gerry (2002), filme menor na carreira de Gus van Sant.