Filme La playa, do colombiano Juán Andrés Arango, aborda dramas urbanos
A perversa exclusão comanda a linha de atuação social de Tomás (Luis Carlos Guevara) - representante de afrodescendentes com limitadas oportunidades
Ricardo Daehn
Publicação:28/03/2014 06:02
Não existe uma grande cena de carga dramática que seja forte o suficiente no longa colombiano La playa. Isso, porém, não desmerece a obra de estreia do cineasta Juán Andrés Arango. Cuidadoso, ele não foi com sede imediatista ao pote (cultural) explorado no filme. Pesa mais a autenticidade (tanto de locações quanto de atores amadores) no contraponto do choque a ser experimentado pelas personagens.
A perversa exclusão comanda a linha de atuação social de Tomás (Luis Carlos Guevara) — representante de afrodescendentes com limitadas oportunidades na Colômbia. Cheio de boas intenções, ele mergulha, quase sufocado pelas relações familiares, nas novidades de Bogotá.
Não é o irmão Chaco (James Solís) quem propõe maiores dilemas para Tomás (e, menos ainda, a mãe dele, que sucumbe a um machismo torpe): no irmão Jairo (Andrés Murillo), repleto de pendências com traficantes de drogas, está a fonte da necessária transformação sentida por Tomás. Ao som de marimba, em guetos (por demais, excludentes), ele tenta fazer cabeças (literalmente, uma vez que há expressão cultural nos cortes de cabelos personalizados), enquanto é atentado por novos ciclos sociais. Pesam os detalhes da visão potente de Juán Andrés Arango, talhada por tiques e méritos documentais.
Tomás tem poucas oportunidades de ascensão na Colômbia
Não existe uma grande cena de carga dramática que seja forte o suficiente no longa colombiano La playa. Isso, porém, não desmerece a obra de estreia do cineasta Juán Andrés Arango. Cuidadoso, ele não foi com sede imediatista ao pote (cultural) explorado no filme. Pesa mais a autenticidade (tanto de locações quanto de atores amadores) no contraponto do choque a ser experimentado pelas personagens.
Saiba mais...
Numa operação elaborada, o diretor ganhou respeito em festivais como o de Cannes, de San Sebastián e Festival Internacional de Cinema de Brasília (Biff). Isso, descontada a tentativa de chegar à vaga de melhor filme estrangeiro, na disputa pelo Oscar.A perversa exclusão comanda a linha de atuação social de Tomás (Luis Carlos Guevara) — representante de afrodescendentes com limitadas oportunidades na Colômbia. Cheio de boas intenções, ele mergulha, quase sufocado pelas relações familiares, nas novidades de Bogotá.
Não é o irmão Chaco (James Solís) quem propõe maiores dilemas para Tomás (e, menos ainda, a mãe dele, que sucumbe a um machismo torpe): no irmão Jairo (Andrés Murillo), repleto de pendências com traficantes de drogas, está a fonte da necessária transformação sentida por Tomás. Ao som de marimba, em guetos (por demais, excludentes), ele tenta fazer cabeças (literalmente, uma vez que há expressão cultural nos cortes de cabelos personalizados), enquanto é atentado por novos ciclos sociais. Pesam os detalhes da visão potente de Juán Andrés Arango, talhada por tiques e méritos documentais.