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17/MAR/2024

'O palácio francês' versa sobre aproximação entre ministro e auxiliar

Arthur é escalado para aprimorar a linguagem empregada por Alexandre nos elaborados discursos que devem revelar %u201Cum sopro fundador%u201D

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Ricardo Daehn Publicação:18/04/2014 06:04Atualização:17/04/2014 12:46
Trio de atores experientes se destaca no longa sobre crises internacionais (Imovision/Divulgação)
Trio de atores experientes se destaca no longa sobre crises internacionais

Longe da nostalgia de Um sonho de domingo e do campo da provocação, como visto em A morte ao vivo, o renomado diretor Bertrand Tavernier, aos 72 anos, depura nas telas o prazer com uma literatura criada a partir de esforço, esboços e rascunhos. Um tom técnico atravessa as telas, na trama de O palácio francês, que versa sobre a aproximação entre o ministro Alexandre (Thierry Lhermitte, de O closet) e Arthur, um promissor auxiliar interpretado por Raphäel Personnaz. “O idiota, antes de qualquer discurso, congela de medo”, reforça o filósofo Heráclito, onipresente (por citações) em muitas das cenas da comédia-cabeça.

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Vale reforçar que Arthur é escalado para aprimorar a linguagem empregada por Alexandre nos elaborados discursos que devem revelar “um sopro fundador”. Meio desalinhado no vestir, o jovem tem uma gama de lições no dia a dia com colegas como a sedutora Valérie (Julie Gayet) e Maupa, o ótimo Niels Arestrup (premiado com um César de coadjuvante).


Com internet vetada no ambiente de trabalho, reuniões e agendas temáticas abastecem o aprendiz de Maquiavel (Arthur), que, num movimento inesperado do roteiro, aos poucos, fica muito apagado. Muito encerrado no ambiente dos conselheiros (que, por vezes parece um manicômio), empenhados no perfeccionismo da “eficiência”, o filme não espelha pura diversão, ao contrário, já que aposta forte nos bastidores de crises internacionais que alcançam a esfera do ministro. Com roteiro de iniciantes e a participação especial de Jane Birkin, o filme, apesar de modorrento (ao final), traz lampejos de genialidade, especialmente, com as figuras de linguagem de personagens como o ancião (que se diz “náufrago da velhice”) e do protagonista, que estimula a tática de pit bull (leia-se, “o ataque preventivo”).

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