Romênia ganha destaque na produção de filmes; confira
Escolhemos filmes para você conhecer (e saborear) o que é feito de melhor no país
Diário de Pernambuco
Publicação:22/04/2014 10:07
Nos últimos dez anos, a Romênia tem vivido um momento especial na produção de cinema. Os filmes desse enigmático país latino têm conquistado os principais prêmios dos maiores festivais internacionais, como Cannes, Locarno e Berlim. A cinematografia romena tem raízes históricas, com dois ou três exemplos famosos internacionalmente (como Trem da vida, de 1998), mas o reconhecimento definitivo só chegou a partir de uma nova geração de cineastas que começou a carreira uma década após a queda do regime comunista de Nicolae Ceasescu (presidente do país entre 1965 e 1989).
Instinto materno, um dos mais recentes frutos dessa safra, vencedor do Festival de Berlim em 2013, está em cartaz no Recife, no Cinemark RioMar. A protagonista é uma arquiteta da alta sociedade que faz de tudo para inocentar o filho de 34 anos, acusado de ter atropelado e matado um menino de uma família de camponeses pobres. Ela é interpretada por Luminita Gheorghiu, atriz que está presente na maioria dos longas-metragens premiados.
Diferentemente de outros movimentos cinematográficos mais diversificados, esses novos filmes romenos têm características técnicas e estéticas em comum. No lugar de apostar em exageros ou grandes pretensões de orçamento, eles adotam princípios elementares do cinema trabalhados com extrema precisão, como uma dramaturgia mais profunda (os atores são inacreditáveis de tão bons) e planos longos, associados a roteiros com forte carga política e social, seja nos dramas ou nas comédias. O realismo é de uma verossimilhança impressionante. A situação histórica da própria Romênia também imprime uma identidade forte às obras, ambientadas em cenários que parecem situados em um limbo entre o presente e o passado da sociedade ocidental.
A atriz Diana Avramut, uma das jovens estrelas do novo cinema romeno, chegou a visitar o Recife no ano passado, quando participou do Festival Janela com o filme Quando cai a noite em Bucareste ou metabolismo (selecionado para o Festival de Locarno).
Pérolas
Quatro filmes imperdíveis para conhecer a cinematografia romena
A MORTE DO SENHOR LAZARESCU (2005) de Cristi Puiu
Um homem de 63 anos passa mal e chama uma ambulância. Ao longo de uma noite, os paramédicos o levam para um hospital, depois para outro, depois para outro, mas não conseguem encontrar um local que o receba. Marco inicial do novo cinema romeno, venceu um dos principais prêmios do Festival de Cannes. Alguns o consideram uma comédia, outros o veem como uma tragédia..
QUATRO MESES, TRÊS SEMANAS E DOIS DIAS (2007), de Cristian Mungiu
O título corresponde ao período de gravidez de uma das personagens principais, que vive momentos de horror ao procurar uma clínica de aborto clandestina para retirar o bebê. O assunto é abordado de forma seca, torturante e necessária. Vencedor da Palma de Ouro e de mais dois prêmios no Festival de Cannes. Indicado ao Globo de Ouro e ao César (o Oscar francês) de Melhor Filme Estrangeiro.
ALÉM DAS MONTANHAS (2012), de Cristian Mungiu
Apesar de não ser enquadrado no gênero do %u201Cterror%u201D, investiga o tema do exorcismo com realismo chocante. As protagonistas são duas meninas que estão apaixonadas e começam a viver juntas em um convento comandado por um monge ultraconservador. Em Cannes, ganhou prêmios de melhor roteiro e melhor atriz, dividido entre Cristina Flutur e Cosmina Stratan.
A LESTE DE BUCARESTE* (2006), de Corneliu Porumboiu
É uma comédia divertidíssima que faz rir a partir de recursos simples usados com criatividade e com uma forte ironia política. Em um estúdio de TV, um programa de debates procurar investigar como foi a participação dos moradores de uma pequena cidade na revolução que derrubou o comunismo 16 anos antes. Ganhou a Câmera de Ouro no Festival de Cannes.
Para conferir
Outras obras importantes da mesma safra:
Como festejei o fim do mundo* (2009)
California dreaming (2007)
Polícia, adjetivo* (2009)
Francesca (2009)
Contos da era dourada* (2009)
Quando cai a noite em Bucareste ou metabolismo (2013)
*Lançados em DVD no Brasil
Cinema
10 movimentos cinematográficos pelo mundo
Ciclo do Recife (Brasil, década de 1920)
Neorrealismo (Itália, década de 1950)
Nouvelle Vague (França, décadas de 1950, 60 e 70)
Cinema Novo (Brasil, décadas de 1950 e 60)
Faroeste Spaghetti (Itália, décadas de 1960 e 70)
Cinema Iraniano (Irã, Década de 1990)
Dogma 95 (Dinamarca, década de 1990)
Novo Cinema Argentino (Argentina, década de 2000)
Nova Hollywood (Década de 1970)
Nouvelle Vague Tcheca (República Tcheca, décadas de 1960 e 70)
Confira o trailer de Instinto materno:
'Instinto materno' é uma das produções do país
Nos últimos dez anos, a Romênia tem vivido um momento especial na produção de cinema. Os filmes desse enigmático país latino têm conquistado os principais prêmios dos maiores festivais internacionais, como Cannes, Locarno e Berlim. A cinematografia romena tem raízes históricas, com dois ou três exemplos famosos internacionalmente (como Trem da vida, de 1998), mas o reconhecimento definitivo só chegou a partir de uma nova geração de cineastas que começou a carreira uma década após a queda do regime comunista de Nicolae Ceasescu (presidente do país entre 1965 e 1989).
Instinto materno, um dos mais recentes frutos dessa safra, vencedor do Festival de Berlim em 2013, está em cartaz no Recife, no Cinemark RioMar. A protagonista é uma arquiteta da alta sociedade que faz de tudo para inocentar o filho de 34 anos, acusado de ter atropelado e matado um menino de uma família de camponeses pobres. Ela é interpretada por Luminita Gheorghiu, atriz que está presente na maioria dos longas-metragens premiados.
Diferentemente de outros movimentos cinematográficos mais diversificados, esses novos filmes romenos têm características técnicas e estéticas em comum. No lugar de apostar em exageros ou grandes pretensões de orçamento, eles adotam princípios elementares do cinema trabalhados com extrema precisão, como uma dramaturgia mais profunda (os atores são inacreditáveis de tão bons) e planos longos, associados a roteiros com forte carga política e social, seja nos dramas ou nas comédias. O realismo é de uma verossimilhança impressionante. A situação histórica da própria Romênia também imprime uma identidade forte às obras, ambientadas em cenários que parecem situados em um limbo entre o presente e o passado da sociedade ocidental.
A atriz Diana Avramut, uma das jovens estrelas do novo cinema romeno, chegou a visitar o Recife no ano passado, quando participou do Festival Janela com o filme Quando cai a noite em Bucareste ou metabolismo (selecionado para o Festival de Locarno).
Pérolas
Quatro filmes imperdíveis para conhecer a cinematografia romena
A MORTE DO SENHOR LAZARESCU (2005) de Cristi Puiu
Um homem de 63 anos passa mal e chama uma ambulância. Ao longo de uma noite, os paramédicos o levam para um hospital, depois para outro, depois para outro, mas não conseguem encontrar um local que o receba. Marco inicial do novo cinema romeno, venceu um dos principais prêmios do Festival de Cannes. Alguns o consideram uma comédia, outros o veem como uma tragédia..
QUATRO MESES, TRÊS SEMANAS E DOIS DIAS (2007), de Cristian Mungiu
O título corresponde ao período de gravidez de uma das personagens principais, que vive momentos de horror ao procurar uma clínica de aborto clandestina para retirar o bebê. O assunto é abordado de forma seca, torturante e necessária. Vencedor da Palma de Ouro e de mais dois prêmios no Festival de Cannes. Indicado ao Globo de Ouro e ao César (o Oscar francês) de Melhor Filme Estrangeiro.
ALÉM DAS MONTANHAS (2012), de Cristian Mungiu
Apesar de não ser enquadrado no gênero do %u201Cterror%u201D, investiga o tema do exorcismo com realismo chocante. As protagonistas são duas meninas que estão apaixonadas e começam a viver juntas em um convento comandado por um monge ultraconservador. Em Cannes, ganhou prêmios de melhor roteiro e melhor atriz, dividido entre Cristina Flutur e Cosmina Stratan.
A LESTE DE BUCARESTE* (2006), de Corneliu Porumboiu
É uma comédia divertidíssima que faz rir a partir de recursos simples usados com criatividade e com uma forte ironia política. Em um estúdio de TV, um programa de debates procurar investigar como foi a participação dos moradores de uma pequena cidade na revolução que derrubou o comunismo 16 anos antes. Ganhou a Câmera de Ouro no Festival de Cannes.
"Como eu festejei o fim do mundo" também é um dos destaques de produção
Para conferir
Outras obras importantes da mesma safra:
Como festejei o fim do mundo* (2009)
California dreaming (2007)
Polícia, adjetivo* (2009)
Francesca (2009)
Contos da era dourada* (2009)
Quando cai a noite em Bucareste ou metabolismo (2013)
*Lançados em DVD no Brasil
Cinema
10 movimentos cinematográficos pelo mundo
Ciclo do Recife (Brasil, década de 1920)
Neorrealismo (Itália, década de 1950)
Nouvelle Vague (França, décadas de 1950, 60 e 70)
Cinema Novo (Brasil, décadas de 1950 e 60)
Faroeste Spaghetti (Itália, décadas de 1960 e 70)
Cinema Iraniano (Irã, Década de 1990)
Dogma 95 (Dinamarca, década de 1990)
Novo Cinema Argentino (Argentina, década de 2000)
Nova Hollywood (Década de 1970)
Nouvelle Vague Tcheca (República Tcheca, décadas de 1960 e 70)
Confira o trailer de Instinto materno: