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17/MAR/2024

Robert Pattinson desconstrói imagem de ídolo juvenil em filme violento

A trama 'A caçada' é ambientada em um deserto australiano, em uma época indefinida, quando a sociedade está em colapso

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Diário de Pernambuco Publicação:07/08/2014 08:55Atualização:07/08/2014 13:57
Guy Pearce (E) e Pattinson conduzem jornada em meio a um colapso (Vitrine Filmes/ Divulgação)
Guy Pearce (E) e Pattinson conduzem jornada em meio a um colapso

Depois da superexposição provocada pela saga Crepúsculo, Robert Pattinson tem procurado desconstruir sua imagem de ídolo juvenil com filmes que fogem de padrões comerciais previsíveis. A caçada (The rover), por exemplo, é extremamente violento, com um ritmo lento, sem muitos diálogos. A trama é ambientada em um deserto australiano, em uma época indefinida, quando a sociedade está em colapso. Dois homens (Pattinson e Guy Pearce) deixam um rastro de sangue ao atravessarem estradas em busca de três assaltantes fugitivos.

O ambiente retratado pelo filme é tão isolado que os homens são reduzidos à sua essência. Pouco importa se alguém tem algum passado. O valor da vida está banalizado. O que resta de humanidade nos personagens praticamente só está concentrado em seus instintos mais íntimos. A solidariedade é praticamente um milagre que merece pouca credibilidade. A ação é enfatizada, com certa frieza, indiferente de contextos sociais ou emocionais.

Há toda uma construção climática, onde a aridez do ambiente é correspondida pelos comportamentos brutos, como em um faroeste minimalista. O filme tem certo excesso de controle, o que, por um lado, prejudica o impacto de sua agressividade.

O misterioso e silencioso personagem de Guy Pearce é o fio condutor da jornada. Ele está disposto a tudo para recuperar seu carro, roubado pelo trio em fuga. O criminoso vivido por Pattinson torna-se seu companheiro por possuir informações sobre o possível paradeiro dos perseguidos. Apenas no final do filme será revelado o motivo de sua busca, já que inúmeras razões surgem para que ele desista de recuperar o veículo.

O canadense David Cronenberg, o alemão Werner Herzog e o francês Olivier Assayas estão entre os cineastas com quem Pattinson tem trabalhado após Crepúsculo. Ele está, portanto, em boas mãos, mas ainda depende de si mesmo para ser mais respeitado artisticamente. Segundo filme de David Michôd (Reino animal), revelação do cinema australiano, A caçada exige bastante do ator, mas ainda não é o papel que o levará a um maior reconhecimento.

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