Jorge Furtado dirige o documentário O mercado de notícias inspirado em peça
O diretor tenta estimular discussão que revolve certezas dos diferenciados leitores de jornais
Ricardo Daehn
Publicação:05/09/2014 06:51Atualização: 04/09/2014 15:28
Sendo a secular imprensa o “museu de miudezas efêmeras”, como proclamou Jorge Luís Borges, o cinema, num comparativo, poderia ser um fedelho, pelos meros 119 anos. Mas a história é outra: na imperativa época da assimilação audiovisual, a sétima arte tem lá capacidades invejáveis como a de revigorar neurônios e de eternizar artes de registro volátil.
“Que a cena espelhe a vida e a vida, a cena”, registra o filme, com cruciais depoimentos de jornalistas que o cineasta admira. Desfeitas as versões jocosas de definições como “biscateiro”, discutidos os interesses pessoais, a asquerosa capacidade de arruinar reputações e a praga do jornalismo declaratório, vira-se o disco e o filme ganha com a intercalação de trechos da peça povoada por personagens como Prólogo e Tagarela.
Prevalece, em meio a divertidas exposições de jornalismo capenga, análises precisas, como as do jornalista Leandro Fortes, e debates que cercam as fonte de financiamento de empresas, por meio de publicidade oficial. Tão instrutivo, e pertinente, pelo conteúdo forte e atual, quanto oportuno (para segmentos políticos, às vésperas das eleições), noutra leitura.
Assista ao trailer:
Documentário inspirado em peça de Ben Jonson
Sendo a secular imprensa o “museu de miudezas efêmeras”, como proclamou Jorge Luís Borges, o cinema, num comparativo, poderia ser um fedelho, pelos meros 119 anos. Mas a história é outra: na imperativa época da assimilação audiovisual, a sétima arte tem lá capacidades invejáveis como a de revigorar neurônios e de eternizar artes de registro volátil.
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Perturbado com os cinemas “infestados” de devoradores de pipoca, o diretor Jorge Furtado se obrigou à reação: traduziu uma peça de Ben Jonson para estimular discussão que revolve certezas dos diferenciados leitores de jornais.“Que a cena espelhe a vida e a vida, a cena”, registra o filme, com cruciais depoimentos de jornalistas que o cineasta admira. Desfeitas as versões jocosas de definições como “biscateiro”, discutidos os interesses pessoais, a asquerosa capacidade de arruinar reputações e a praga do jornalismo declaratório, vira-se o disco e o filme ganha com a intercalação de trechos da peça povoada por personagens como Prólogo e Tagarela.
Prevalece, em meio a divertidas exposições de jornalismo capenga, análises precisas, como as do jornalista Leandro Fortes, e debates que cercam as fonte de financiamento de empresas, por meio de publicidade oficial. Tão instrutivo, e pertinente, pelo conteúdo forte e atual, quanto oportuno (para segmentos políticos, às vésperas das eleições), noutra leitura.
Assista ao trailer: