"'Rio, eu te amo é uma declaração de amor a cidade", diz Carlos Saldanha
O filme conta com a participação de Tonico Pereira, Rodrigo Santoro, Fernanda Montenegro e Regina Casé
Ricardo Daehn
Publicação:11/09/2014 08:59
Com certo orgulho de representar o tipo mais bizarro — “o mais diferente” — do longa-metragem Rio, eu te amo, o ator Tonico Pereira enche a tela do episódio conduzido pelo sul-coreano Im Sang-soo com um tipo vampiresco e galanteador. “Foi o mais brasileiro dos episódios”, arrisca o ator que, dispensando laboratório, imprime no cinema “as referências que estão dentro do ser humano”, como destaca.
Com potente função no longa, as músicas também são um capítulo à parte em que entra de Gilberto Gil a Cartola. Quanto à proposta, o filme traz proezas como a do primeiro contato do diretor Carlos Saldanha com o universo dos atores de carne e osso. “O filme rendeu uma reciclada enorme, trazendo vontade de apostar em coisas diferentes”, pontua Saldanha, que contou com Rodrigo Santoro para a empreitada.
A diversidade norteou o mural de curtas integrado por cineastas como o australiano Stephan Elliott (que juntou Pão de Açúcar, uma bufona Bebel Gilberto à trama de homoerotismo com Marcelo Serrado), a libanesa Nadine Labaki (em trama à la Central do Brasil) e o mexicano Guillermo Arriaga, dono de toques críticos também contemplados no enredo criado por José Padilha.
Quatro perguntas para Carlos Saldanha
Há mensagem embutida em Rio, eu te amo?
O filme não tem uma mensagem de mostrar o Rio de Janeiro para o mundo. É uma declaração de amor à cidade. Existe uma curiosidade grande por este tipo de filme que traz cidades icônicas, como já aconteceu com Paris e com Nova York. O Rio de Janeiro, acredito, está mais marcante, no contexto geral. Existe uma vontade de se conhecer mais o Brasil, e sua janela que é o Rio. O filme é muito dinâmico: a cada sete minutos, se tem uma ideia nova desenvolvida em cena.
O que os diretores gringos acrescentam a um projeto como Rio, eu te amo?
É importante ter o olhar do estrangeiro: te abre os olhos. Brasileiro falando do Brasil pode perder a perspectiva. Tenho algo dos dois mundos, por viver fora. Mas, eu consigo ver esse olhar estrangeiro. Quando o estrangeiro vem, ele tem perspectivas que não são necessariamente acatadas pelas pessoas, mas que têm razão de ser. É importante para a cultura nacional de um povo um pouco mais cosmopolita e que não fica fechado em bolha ligada apenas a seu país.
Há replay da participação do Rodrigo Santoro na sua carreira. O que ele oferece ao personagem?
Ele tem o biotipo que pode passar por bailarino. Gravávamos as vozes para o Rio 2, e entre conversas, vi ele fazendo yoga e muito conectado com a saúde. Nenhum ator tinha a combinação dele. “Eu me transformo em o que você quiser, faço tranquilamente um bailarino”, ele garantiu. Com a Bruna Linzmeyer, que tem inocência com olhar de inteligência e sagacidade, Santoro criou um par bonito, também em termos emocionais.
Depois de samba e futebol, em Rio 2, você optou pelo clássico. Qual o motivo?
Queria que fosse no Theatro Municipal, para mostrar um Rio de Janeiro que nem o próprio carioca conhece. Um Rio mais sofisticado, erudito e histórico. Quis falar do Rio antigo. Queria mostrar a raridade que é o Municipal: uma caixa de joias em meio a prédios cinzentos. Ele é um templo, um patrimônio que ilumina.
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Cena de "Rio, eu te amo": um pacote de diretores e atores de primeira linha
Com certo orgulho de representar o tipo mais bizarro — “o mais diferente” — do longa-metragem Rio, eu te amo, o ator Tonico Pereira enche a tela do episódio conduzido pelo sul-coreano Im Sang-soo com um tipo vampiresco e galanteador. “Foi o mais brasileiro dos episódios”, arrisca o ator que, dispensando laboratório, imprime no cinema “as referências que estão dentro do ser humano”, como destaca.
Saiba mais...
Fiéis e queridos, os personagens que ele protagonizou ao longo da carreira não encontram predileção. “Vou criando uma quadrilha — gosto de brincar: dou muito valor ao lúdico, então meu lado criança é muito forte”, explica o ator que, no filme Rio, eu te amo, crê ter injetado “muito da chanchada”, pela sua participação. Capitaneado por uma dúzia de diretores, Rio, eu te amo (uma série de curtas-metragens de amor à Cidade Maravilhosa) revela um caleidoscópio de estilos e tramas, com elenco estelar que inclui Fernanda Montenegro e Rodrigo Santoro.Com potente função no longa, as músicas também são um capítulo à parte em que entra de Gilberto Gil a Cartola. Quanto à proposta, o filme traz proezas como a do primeiro contato do diretor Carlos Saldanha com o universo dos atores de carne e osso. “O filme rendeu uma reciclada enorme, trazendo vontade de apostar em coisas diferentes”, pontua Saldanha, que contou com Rodrigo Santoro para a empreitada.
A diversidade norteou o mural de curtas integrado por cineastas como o australiano Stephan Elliott (que juntou Pão de Açúcar, uma bufona Bebel Gilberto à trama de homoerotismo com Marcelo Serrado), a libanesa Nadine Labaki (em trama à la Central do Brasil) e o mexicano Guillermo Arriaga, dono de toques críticos também contemplados no enredo criado por José Padilha.
Quatro perguntas para Carlos Saldanha
Há mensagem embutida em Rio, eu te amo?
O filme não tem uma mensagem de mostrar o Rio de Janeiro para o mundo. É uma declaração de amor à cidade. Existe uma curiosidade grande por este tipo de filme que traz cidades icônicas, como já aconteceu com Paris e com Nova York. O Rio de Janeiro, acredito, está mais marcante, no contexto geral. Existe uma vontade de se conhecer mais o Brasil, e sua janela que é o Rio. O filme é muito dinâmico: a cada sete minutos, se tem uma ideia nova desenvolvida em cena.
O que os diretores gringos acrescentam a um projeto como Rio, eu te amo?
É importante ter o olhar do estrangeiro: te abre os olhos. Brasileiro falando do Brasil pode perder a perspectiva. Tenho algo dos dois mundos, por viver fora. Mas, eu consigo ver esse olhar estrangeiro. Quando o estrangeiro vem, ele tem perspectivas que não são necessariamente acatadas pelas pessoas, mas que têm razão de ser. É importante para a cultura nacional de um povo um pouco mais cosmopolita e que não fica fechado em bolha ligada apenas a seu país.
Há replay da participação do Rodrigo Santoro na sua carreira. O que ele oferece ao personagem?
Ele tem o biotipo que pode passar por bailarino. Gravávamos as vozes para o Rio 2, e entre conversas, vi ele fazendo yoga e muito conectado com a saúde. Nenhum ator tinha a combinação dele. “Eu me transformo em o que você quiser, faço tranquilamente um bailarino”, ele garantiu. Com a Bruna Linzmeyer, que tem inocência com olhar de inteligência e sagacidade, Santoro criou um par bonito, também em termos emocionais.
Depois de samba e futebol, em Rio 2, você optou pelo clássico. Qual o motivo?
Queria que fosse no Theatro Municipal, para mostrar um Rio de Janeiro que nem o próprio carioca conhece. Um Rio mais sofisticado, erudito e histórico. Quis falar do Rio antigo. Queria mostrar a raridade que é o Municipal: uma caixa de joias em meio a prédios cinzentos. Ele é um templo, um patrimônio que ilumina.
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