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Em Rio, eu te amo 12 cineastas criaram pequenas histórias

Entre muitos nomes, há frustrações, quando se caça o talento de José Padilha

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Ricardo Daehn Publicação:12/09/2014 06:30Atualização:11/09/2014 13:08
Rodrigo Santoro participa do filme Rio, eu te amo (Adoro Cinema/Reprodução)
Rodrigo Santoro participa do filme Rio, eu te amo


Que a sardinha seja puxada pra nossa brasa: quem entende de Brasil — e também bastante de cinema, visto o conjunto de tramas dispostas em Rio, eu te amo, são os brasileiros. Passado o trauma do futebol, resta a bola redonda da tabelinha com a sétima arte.

Num filme de matriz musical, pesa o know-how da Conspiração Filmes, capaz de irmanar sequências com resultados tão díspares como o do sul-coreano Im Sang-soo, que traz uma genuína chanchada nacional (com um hilário garçom feito por Tonico Pereira) e do norte-americano John Turturro, assinando um clipe vira-latas estrelado por Vanessa Paradis.

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Entre muitos nomes, há frustrações, quando se caça o talento de José Padilha (que coloca um divertido Wagner Moura a contestar os “braços abertos” do Cristo Redentor, inoperante, diante de mazelas) ou mesmo quando se espera profundidade de Paolo Sorrentino. Crítico, ele até parece ironizar (pela frase de uma personagem: “Acha que sou Aristóteles?”) o teor compromissado com pretensão de trechos de Rio, eu te amo.

Risco bem sucedido

Fernando Meirelles arrisca, e surte efeito, com A musa, estrelado por Vincent Cassel e uns montinhos de areia a serviço da arte e das dores de um escultor entorpecido por uma paixão, em sintonia amorosa que alterna silêncio e música.

Impossível também é ficar indiferente à trama do pugilista de um só punho que precisa de R$ 80 mil para reparar o caos, em Texas, repleto da barbárie que habita o cinema do mexicano Guillermo Arriaga.

Mesmo com fim irregular ofertado pela única diretora da obra conjunta Nadine Labaki, e que força a imagem do Brasil da poesia das várzeas, Rio, eu te amo demarca um belo ensemble.

Contribui, para tanto, o impasse da coreografia que embala a trama conduzida por Carlos Saldanha, e que se vale do ótimo efeito da sombra chinesa (além dos inspirados Rodrigo Santoro e Bruna Linzmeyer), numa pegada de encanto à la Cisne negro.

E, para os amantes do cinema nacional, o diretor Andrucha Waddington reserva a cortesia de juntar dois monstros sagrados, em Dona Fulana: Fernanda Montenegro e Hugo Carvana. Numa aula de cinema, Fernanda materializa o que diz em cena: “A vida é simples, não tem mistério”.

Assista ao trailer:


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