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O doador de memórias mostra uma sociedade preto e branco, sem sentimentos

Enredo que engloba padronizações de comportamento, isenção emocional, toque de recolher e uma insossa vida

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Ricardo Daehn Publicação:12/09/2014 06:35Atualização:11/09/2014 13:10
Jonas aprende com o doador de memórias o que é música (StudioCanalDeutschland/Reprodução)
Jonas aprende com o doador de memórias o que é música


Tal qual um passe de mágica, saem de campo todos os nefastos sentimentos da humanidade: inveja, ódio e medo. Mas a última pá de cal do chamado grupo de anciãos — disposto a consertar o mundo — lima também coisas fundamentais como emoções e memórias.

Um jeito diferente de ver a vida, portanto, traz enorme risco para o jovem Jonas (Brenton Thwaites), diferenciado dos amigos Asher e Fiona.

Num enredo que engloba padronizações de comportamento, isenção emocional, toque de recolher e uma insossa vida em preto e branco, o diretor australiano Phillip Noyce (referencial em fitas como O colecionador de ossos) cria um mundo que dialoga com Orson Welles (e o seminal Cidadão Kane), quando idealiza alegre estado de espírito.

Com a ressalva feita por um dos personagens que demarca: “Uma residência não é um lar”, o roteiro fica centrado numa época em que muitos dos olhos dos humanos estão “sem brilho”.

Providencial é o isolamento (para o bom andamento da sociedade otimizada no filme) de Jonas, que terá acesso à história secreta do mundo, com tutoria e supervisão dos personagens de Jeff Bridges e Meryl Streep.

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