O candidato honesto tem piadas fracas e crítica sem aprofundamento
João Ernesto é um político corrupto que não consegue mais mentir depois de um pedido da avó
Alexandre de Paula - Especial para o Correio
Publicação:03/10/2014 07:40
Depois do sucesso das últimas comédias que dirigiu (De pernas pro ar e Até que a sorte nos separe, entre elas), Roberto Santucci quis produzir um filme que fosse além do humor pelo humor. Mas O candidato honesto não cumpre esse papel.
O filme destila ideias frágeis e muito amparadas no senso comum sobre o meio político e tenta, com um discurso longo e moralizante, conscientizar que a reflexão no momento do voto é importante. Depois de se afundar na ideia de que os políticos são todos iguais, fica difícil fazer o espectador acreditar que é possível haver uma saída (para a política e para o filme).
Duas perguntas para Roberto Santucci
O candidato honesto tem um viés crítico da política brasileira. Qual é a importância dessa crítica?
Foi também uma oportunidade de se renovar nas nossas comédias, de se arriscar e botar a cara a tapa. (Leandro) Hassum é carismático e explosivo. O filme tem muito material bacana. A ideia é fazer rir com uma preocupação de conscientizar. Não é para ser partidário, a crítica é geral. O objetivo é questionar se vale a pena trocar o voto pela promessa individual ou pelo “rouba, mas faz”.
Como o senhor enxerga a utilização do humor para tratar de um tema pesado? Ele pode dar leveza ao tom crítico?
Quando a gente ri, é muito prazeroso, atrai as pessoas para um assunto que é cheio de espinhos. Às vezes, é conveniente para alguns políticos que o povo se afaste dessa discussão. Pensar que todos são iguais pode ser bom para eles. Tem saída, sim. Eu vi pessoas se levantando e dizendo: “Esse filme é contra o PT ou é a favor”. Mas não sou partidário, há várias carapuças no filme para quem quiser vesti-las.
No leito de morte da avó, João Ernesto promete ser um político honesto
Depois do sucesso das últimas comédias que dirigiu (De pernas pro ar e Até que a sorte nos separe, entre elas), Roberto Santucci quis produzir um filme que fosse além do humor pelo humor. Mas O candidato honesto não cumpre esse papel.
Saiba mais...
Com roteiro inspirado em O mentiroso, protagonizado por Jim Carrey, Leandro Hassum interpreta João Ernesto, político corrupto que não consegue mais mentir depois de um pedido de sua avó no leito de morte para que ele se tornasse honesto. A ideia de produzir humor com viés político se perde em piadas fracas e na falta de aprofundamento na crítica pretendida.O filme destila ideias frágeis e muito amparadas no senso comum sobre o meio político e tenta, com um discurso longo e moralizante, conscientizar que a reflexão no momento do voto é importante. Depois de se afundar na ideia de que os políticos são todos iguais, fica difícil fazer o espectador acreditar que é possível haver uma saída (para a política e para o filme).
Duas perguntas para Roberto Santucci
O candidato honesto tem um viés crítico da política brasileira. Qual é a importância dessa crítica?
Foi também uma oportunidade de se renovar nas nossas comédias, de se arriscar e botar a cara a tapa. (Leandro) Hassum é carismático e explosivo. O filme tem muito material bacana. A ideia é fazer rir com uma preocupação de conscientizar. Não é para ser partidário, a crítica é geral. O objetivo é questionar se vale a pena trocar o voto pela promessa individual ou pelo “rouba, mas faz”.
Como o senhor enxerga a utilização do humor para tratar de um tema pesado? Ele pode dar leveza ao tom crítico?
Quando a gente ri, é muito prazeroso, atrai as pessoas para um assunto que é cheio de espinhos. Às vezes, é conveniente para alguns políticos que o povo se afaste dessa discussão. Pensar que todos são iguais pode ser bom para eles. Tem saída, sim. Eu vi pessoas se levantando e dizendo: “Esse filme é contra o PT ou é a favor”. Mas não sou partidário, há várias carapuças no filme para quem quiser vesti-las.