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26/ABR/2024

Protagonistas brilham em Tim Maia: polêmicas do cantor estão no roteiro

O caminho cinematográfico alternativo apresenta o personagem, busca as origens dele

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Ricardo Daehn Publicação:31/10/2014 07:25Atualização:30/10/2014 15:01

Filme de Mauro Lima é o retrato da carreira de um ídolo do soul brasileiro (PapricaFotografia/Divulgação)
Filme de Mauro Lima é o retrato da carreira de um ídolo do soul brasileiro


Mirando no exemplar ambiente do estúdio Abbey Road, a trupe que acompanhava Tim Maia, pelo que diz um dos personagens do filme homônimo, podia tropeçar num esquema à la “lixão de Gramacho”. Contrariando uma visão de parceria, Fábio (na pele de Cauã Reymond, que representa um grupamento de amigos de Tim) ataca: “Existe você, Tim, e quem quiser te acompanhar”.


Narrador do filme, Fábio contextualiza a época em que “poucos negros podiam subir de vida”, e, assim sendo, a obra do diretor Mauro Lima sapeca o celuloide com as barreiras e limitações, tão corpulentas quanto o artista e seu êxito.


Saiba mais...
Cansado de “futebol e milico”, pelo registro do roteiro, Tim Maia (muito crível, nas interpretações de Babu Santana e Robson Nunes) opta pelo arejamento no exterior, em banhos de cultura reprocessados em doses de soul e funk. O caminho cinematográfico alternativo (mas que não faz vistas grossas às estripulias químicas) apresenta o personagem, busca as origens dele, mostra um processo de amadurecimento árduo, ao mesmo tempo em que não desconversa, quando da derrocada, embalada por excessos e arroubos de personalidade singular.

Intensidade
Os 55 anos de uma vida intensa — que vêm na cadência por demais esperta da biografia assinada por Nelson Motta — estão condensados, com eficiência, pelo filme. Iluminam essa trajetória cenas como a da bagunça promovida na antessala de uma gravadora, o registro do ilimitado talento e as sandices, tomadas por dogmáticas, na aproximação dele com a pacífica Cultura Racional.


Como bônus, ainda sem a pretensão dos milhões de amigos, Roberto Carlos está (pouco) representado no filme pelo ator George Sauma — numa síntese entre avesso da moeda de Tim (ou seja, de instantâneo sucesso) e seu agente de transformação, quando opta por gravar Não vou ficar. Outros tempos para o artista que, no filme, chega a catar esmola atirada no chão.

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