Longa-metragem Ventos de agosto debate sobre a modernidade e a tradição
O filme conta a história de Shirley que passa a morar em uma fazenda de cocos
Yale Gontijo
Publicação:14/11/2014 06:03Atualização: 13/11/2014 15:34
A modernidade e a tradição estão em rota de colisão no longa-metragem Ventos de agosto. O conflito constante está no descontentamento da tratorista Shirley — papel de Dandara de Morais, moça de cidade grande vivendo de passagem numa fazenda de cocos até esperar a morte da avó idosa. Enquanto o desfecho dessa convivência não se aproxima, ela mata o tempo mantendo relações sexuais com um dos jovens do vilarejo: o quebrador de coco Jeison (Geová Manoel dos Santos).
O diretor Gabriel Mascaro mistura punk rock, Coca-Cola e corpos nus numa narrativa carregada de simbolismos e de fronteiras invisíveis (expostas, por exemplo, numa ligação de celular difícil de completar). Interpretar essa película como um mero exercício etnográfico é minimizar seus traços pós-contemporâneos evidentes.
Assim como nos demais filmes do cineasta — entre eles, O vento traz, a onda leva —, a sonoridade do longa é tratada com o mesmo grau de importância que a imagem. A relevância das ondas sonoras pode estar no som dos ventos alísios captado pelo personagem “alienígena” do técnico de som (interpretado pelo próprio Mascaro) ou no mórbido pedido de desculpas da trilha sonora de Tracy Chapman.
A modernidade e a tradição estão em rota de colisão no longa-metragem Ventos de agosto. O conflito constante está no descontentamento da tratorista Shirley — papel de Dandara de Morais, moça de cidade grande vivendo de passagem numa fazenda de cocos até esperar a morte da avó idosa. Enquanto o desfecho dessa convivência não se aproxima, ela mata o tempo mantendo relações sexuais com um dos jovens do vilarejo: o quebrador de coco Jeison (Geová Manoel dos Santos).
Saiba mais...
O rapaz procura a ossada da mãe (enterrada na praia anos antes e carregada para o oceano pela maré alta) fazendo mergulhos de pesca subaquática. O diretor Gabriel Mascaro mistura punk rock, Coca-Cola e corpos nus numa narrativa carregada de simbolismos e de fronteiras invisíveis (expostas, por exemplo, numa ligação de celular difícil de completar). Interpretar essa película como um mero exercício etnográfico é minimizar seus traços pós-contemporâneos evidentes.
Assim como nos demais filmes do cineasta — entre eles, O vento traz, a onda leva —, a sonoridade do longa é tratada com o mesmo grau de importância que a imagem. A relevância das ondas sonoras pode estar no som dos ventos alísios captado pelo personagem “alienígena” do técnico de som (interpretado pelo próprio Mascaro) ou no mórbido pedido de desculpas da trilha sonora de Tracy Chapman.