O ciúme mostra um enredo com relações amorosas confusas e voláteis
O filme sacramenta uma união pouco estável
Ricardo Daehn
Publicação:21/11/2014 06:30Atualização: 20/11/2014 17:02
O fato de ser extremamente cultuado no circuito alternativo — particularmente no Festival de Veneza — traz uma dose exagerada de respeito ao diretor Phillipe Garrel. Três anos depois de uma mudança de curso nos elementos que identificavam seu trabalho, com o colorido e entediante Um verão escaldante, o experiente diretor retorna ao preto e branco e à singeleza de enredo de filmes como A fronteira da alvorada (2008).
Distância e infidelidades corroem os personagens de O ciúme que sacramentam uma união pouco estável integrada por Claudia (Anna Mouglalis) e Louis (Louis Garrel, filho de Phillipe, na vida real), que são atores. Quem fica no aparente prejuízo é a dona de casa Clotilde (Rebecca Convenant), visivelmente abatida com os novos flertes do ex-marido Louis.
Houve até uma tentativa de disfarce — com troca de nomes e de épocas do transcorrer de enredo, mas a bem da verdade, o diretor não segredou o fato de estar expondo realidade pessoal, na qual seu pai não camuflou a penca de casos. Pelo caráter biográfico, a fita ganha vigor.
A serviço de um enredo sem grandes rompantes, O ciúme conquista pelo registro exemplar de nuances, em que as inquietações (amorosas) e as incertezas de contornos práticos (como o desemprego de Claudia) ameaçam ruir relacionamentos dos personagens.
Philippe Garrel filma, como poucos, os detalhes. A entrada em cena de um gorro (presente de Claudia para a filha de Louis) e a peculiar divisão de um “sanduíche comunitário” (entre a “nova família” da menina) demarcam brutais feridas com que Claudia deve lidar. Também precisa é a atriz Anna Mouglalis (revelada em Coco Chanel & Igor Stravinsky), com sensualidade e voz transbordantes.
Dose dupla
O ator Louis Garrel está em cartaz também em Saint Laurent. No longa francês, ele vive um modelo que tem um caso com o famoso estilista.
O fato de ser extremamente cultuado no circuito alternativo — particularmente no Festival de Veneza — traz uma dose exagerada de respeito ao diretor Phillipe Garrel. Três anos depois de uma mudança de curso nos elementos que identificavam seu trabalho, com o colorido e entediante Um verão escaldante, o experiente diretor retorna ao preto e branco e à singeleza de enredo de filmes como A fronteira da alvorada (2008).
Distância e infidelidades corroem os personagens de O ciúme que sacramentam uma união pouco estável integrada por Claudia (Anna Mouglalis) e Louis (Louis Garrel, filho de Phillipe, na vida real), que são atores. Quem fica no aparente prejuízo é a dona de casa Clotilde (Rebecca Convenant), visivelmente abatida com os novos flertes do ex-marido Louis.
Houve até uma tentativa de disfarce — com troca de nomes e de épocas do transcorrer de enredo, mas a bem da verdade, o diretor não segredou o fato de estar expondo realidade pessoal, na qual seu pai não camuflou a penca de casos. Pelo caráter biográfico, a fita ganha vigor.
A serviço de um enredo sem grandes rompantes, O ciúme conquista pelo registro exemplar de nuances, em que as inquietações (amorosas) e as incertezas de contornos práticos (como o desemprego de Claudia) ameaçam ruir relacionamentos dos personagens.
Philippe Garrel filma, como poucos, os detalhes. A entrada em cena de um gorro (presente de Claudia para a filha de Louis) e a peculiar divisão de um “sanduíche comunitário” (entre a “nova família” da menina) demarcam brutais feridas com que Claudia deve lidar. Também precisa é a atriz Anna Mouglalis (revelada em Coco Chanel & Igor Stravinsky), com sensualidade e voz transbordantes.
Dose dupla
O ator Louis Garrel está em cartaz também em Saint Laurent. No longa francês, ele vive um modelo que tem um caso com o famoso estilista.