Quanto vale a presença de Ricardo Darín em uma película? O peso do nome do ator nos créditos de um filme abre as portas da exportação de películas argentinas para o mercado latino-americano. Em especial, o Brasil, onde o ator, dono de olhos azuis inconfundíveis, é bastante querido.

No novo filme estrelado pelo senhor Darín, Sétimo, dirigido pelo estreante Patxi Amezcua, a imagem do ex-galã da televisão argentina é usada como chamariz da produção e ocupa boa parte do tempo de projeção.

Numa manhã de trabalho particularmente atribulada, o advogado Sebastián (Darín) perde os dois filhos de vista dentro do prédio onde moram as crianças e a ex-esposa, a espanhola Délia (Belén Ruerda).

A busca insana pelos filhos concentra boa parte da atenção da trama intricada e com muitas reviravoltas. Seguindo a fórmula de uma fita de suspense, nem tudo é o que parece. O conhecido pode ser o sequestrador tanto quanto a vizinha amiga das crianças.

Darín é um intérprete brilhante, talvez o mais importante ator latino-americano da atualidade. Mas tem se deixado desgastar numa carreira de personagens como reflexo de si mesmo. O esforço do veterano é importante, porém, numa película que confia quase todo seu tecido conjuntivo à imagem de seu protagonista, perde força no encadeamento de ações sem descanso.