Filme Depois da chuva mostra os efeitos da transição democrática nos anos 1980
Marília Hughes e Cláudio Marques conduzem os conflitos juvenis com delicadeza, sem deixar de contrapor o peso dos acordes de guitarra e os coturnos militares
Yale Gontijo
Publicação:16/01/2015 07:50Atualização: 15/01/2015 13:35
O cinema brasileiro recorre ao período da ditadura militar com frequência desde a retomada da produção cinematográfica no Brasil, a partir dos anos 1990. É comum que o período seja abordado com a precisão de documentos históricos ou com manifestos de liberdades alcançadas para o povo brasileiro.
O adolescente Caio (um ator novato e encantador, Pedro Maia) e a colega Fernanda (Sophia Corral) se entregam à experimentação de um mundo novo na disputa da eleição do grêmio estudantil ou nos ensaios do grupo de artistas performáticos. A dupla de diretores conduz os conflitos juvenis com delicadeza, sem deixar de contrapor o peso dos acordes de guitarra e os coturnos militares. Além disso, antecipam a ressaca democrática em que o país mergulharia depois.
Fernanda e Caio representam uma geração que nasceu na transição democrática no Brasil
O cinema brasileiro recorre ao período da ditadura militar com frequência desde a retomada da produção cinematográfica no Brasil, a partir dos anos 1990. É comum que o período seja abordado com a precisão de documentos históricos ou com manifestos de liberdades alcançadas para o povo brasileiro.
Saiba mais...
O interesse de Depois da chuva, película baiana codirigida por Marília Hughes e Cláudio Marques, é mostrar os efeitos da transição democrática nos anos 1980 em um microcosmo cotidiano. Em 1984, a campanha das Diretas Já ocupava a pauta e as ruas do país. Pelo ponto de vista de um grupo de adolescentes de Salvador, nascidos durante a ditadura, o período poderia significar a liberdade jamais experimentada. O adolescente Caio (um ator novato e encantador, Pedro Maia) e a colega Fernanda (Sophia Corral) se entregam à experimentação de um mundo novo na disputa da eleição do grêmio estudantil ou nos ensaios do grupo de artistas performáticos. A dupla de diretores conduz os conflitos juvenis com delicadeza, sem deixar de contrapor o peso dos acordes de guitarra e os coturnos militares. Além disso, antecipam a ressaca democrática em que o país mergulharia depois.