Protagonista de O crítico tem a capacidade de rir de si mesmo
Confira a crítica do filme
Ricardo Daehn
Publicação:16/01/2015 07:30
Foi no último Festival de Cinema de Gramado — em que o filme de estreia do argentino Hernán Guerschuny saiu premiado pela crítica — que um jurado brincou: por ser do métier, o crítico e também cineasta motivou “o corporativismo”.
Justamente nas piadas autorreferentes que o diretor acertou a mão, ao girar o filme em torno do personagem Víctor Tellez. Anotando tudo e de olho em todos, Tellez se vê meio que largado da vida real, fora da profissão de crítico.
Rir de si mesmo é uma qualidade que o diretor do filme repassa para seu personagem central (quiçá alter-ego) que, numa rede de complicações, até quando se pretende amável, erra o pulo. Com impagáveis vestígios da nouvelle vague espalhados na trama (o melhor são os pensamentos do intelectualoide, vertidos em francês), O crítico é risível, no melhor dos sentidos, e ainda vem calibrado pela presença de Dolores Fonzi (O campo), na pele da adorável e palpável Sofia.
Uma das características do filme é a capacidade de rir do métier do cinema
Foi no último Festival de Cinema de Gramado — em que o filme de estreia do argentino Hernán Guerschuny saiu premiado pela crítica — que um jurado brincou: por ser do métier, o crítico e também cineasta motivou “o corporativismo”.
Justamente nas piadas autorreferentes que o diretor acertou a mão, ao girar o filme em torno do personagem Víctor Tellez. Anotando tudo e de olho em todos, Tellez se vê meio que largado da vida real, fora da profissão de crítico.
Saiba mais...
Interpretado de modo agridoce por Rafael Spregelburd (O homem do lado), Tellez não é nada descolado e desvia do clichê de mero insensível: já amou e foi amado. Aplicado demais e algo pretensioso (já que asseguraria parte do alicerce da boa diversão para seus leitores), por sorte, Tellez desvia do borrão de estereótipo da detestável crítica teatral que habita o inédito Birdman.Rir de si mesmo é uma qualidade que o diretor do filme repassa para seu personagem central (quiçá alter-ego) que, numa rede de complicações, até quando se pretende amável, erra o pulo. Com impagáveis vestígios da nouvelle vague espalhados na trama (o melhor são os pensamentos do intelectualoide, vertidos em francês), O crítico é risível, no melhor dos sentidos, e ainda vem calibrado pela presença de Dolores Fonzi (O campo), na pele da adorável e palpável Sofia.