Quem escreve roteiro para crianças nunca pode prever realmente a reação do público. Quem diria que, quando Madagascar (2005) foi lançado, os personagens secundários da trama, o esquadrão formado por quatro pinguins, chamaria tanta atenção quanto o leão, a girafa e a hipopótamo? A popularidade deles foi tanta que, em 2008, uma série de desenhos animados foi lançada para a televisão fechada.

Uma década depois de sua primeira aparição nas telonas, Capitão, Kowalski, Rico e Recruta mostram suas origens e se envolvem em uma nova missão em Os pinguins de Madagascar. Fugidos do seu habitat natural, na gelada Antártida, as aves foram parar no zoológico de Nova York, onde conquistaram o público.



O que elas não sabiam na época é que haviam ofuscado Dave, o polvo, que foi dispensado de vários zoológicos ao redor do mundo por conta dos adoráveis bichinhos. Agora, anos depois, o polvo, que vive disfarçado como um geneticista renomado, o Dr. Octavius Brine, põe em prática um plano de vingança que inclui sequestrar e modificar geneticamente os pinguins, para que eles percam toda a fofura.

Eis que surge a Vento do Norte, organização secreta formada por animais unidos para proteger bichos indefesos. A equipe, composta por um cachorro, um urso, uma coruja e uma foca, acaba divergindo do Capitão na hora de executar os planos. Com um roteiro que bate nas mesmas teclas — pinguins fofinhos, polvo mau — e que pode ser visto como um oportunismo para pegar carona no sucesso garantido do passado, a animação ainda vale pelas sequências divertidas, mas perde um pouco na dublagem, pois muitas piadas e trocadilhos ficam comprometidos.