Birdman abre discussão sobre a fama em roteiro que flerta com metalinguagem
O filme trabalha uma espécie de reflexão sobre o vazio da indústria cinematográfica
Yale Gontijo
Publicação:30/01/2015 07:00Atualização: 29/01/2015 12:45
Em dado momento da projeção de Birdman (ou a inesperada virtude da ignorância), o protagonista levanta uma questão não muito filosófica sobre a fama enquanto se esconde dentro das quatro paredes de um camarim malcheiroso na Broadway. “Uma vez peguei o mesmo avião que George Clooney e tudo que conseguia pensar era que, se a aeronave caísse, todas as notícias seriam sobre ele e nada sobre mim. Você sabia que Faye Dunaway morreu no mesmo dia que Michael Jackson e ninguém deu a mínima?”
Neste filme estranhíssimo para o circuito comercial desenha-se uma espécie de reflexão sobre o vazio da indústria cinematográfica, ou, pelo menos, da parte apoiada por descargas de adrenalina e do declínio da importância e dos valores da arte considerada “intelectualizada”.
Dirigida pelo mexicano Alejandro González Iñarritu, a película é formada por traquitanas e malabarismos de câmera em quase todas as cenas feitas em longos planos-sequências (sem cortes). Com essa estética e esse tema, Iñarritu — ele mesmo um diretor mainstream — tenta provocar um sacolejo na indústria do cinema de Hollywood, usando toques de humor negro e paranoia artística pós-contemporânea.
A decisão de filmar assim exigiu do elenco uma atuação com processo teatral. Talvez seja essa depuração a causa do bom desempenho de Michael Keaton (na vida real, um ator menosprezado por seus filmes blockbusters e comédias românticas insossas), Emma Stone (a filha drogada de Riggan) e Edward Norton (no papel de um sério ator de teatro) . Os três estão concorrendo ao Oscar.
A reflexão do protagonista, interpretado por Michael Keaton, tem início no camarim de um teatro
Em dado momento da projeção de Birdman (ou a inesperada virtude da ignorância), o protagonista levanta uma questão não muito filosófica sobre a fama enquanto se esconde dentro das quatro paredes de um camarim malcheiroso na Broadway. “Uma vez peguei o mesmo avião que George Clooney e tudo que conseguia pensar era que, se a aeronave caísse, todas as notícias seriam sobre ele e nada sobre mim. Você sabia que Faye Dunaway morreu no mesmo dia que Michael Jackson e ninguém deu a mínima?”
Saiba mais...
Entre os delírios de grandeza do passado e a direção de uma pretensiosa montagem teatral está Riggan Thomas (Michael Keaton), ex-astro de uma trilogia de fitas de super-herói dos anos 1990, tentando provar seu valor artístico nos palcos da cena teatral de Nova York.Neste filme estranhíssimo para o circuito comercial desenha-se uma espécie de reflexão sobre o vazio da indústria cinematográfica, ou, pelo menos, da parte apoiada por descargas de adrenalina e do declínio da importância e dos valores da arte considerada “intelectualizada”.
Dirigida pelo mexicano Alejandro González Iñarritu, a película é formada por traquitanas e malabarismos de câmera em quase todas as cenas feitas em longos planos-sequências (sem cortes). Com essa estética e esse tema, Iñarritu — ele mesmo um diretor mainstream — tenta provocar um sacolejo na indústria do cinema de Hollywood, usando toques de humor negro e paranoia artística pós-contemporânea.
A decisão de filmar assim exigiu do elenco uma atuação com processo teatral. Talvez seja essa depuração a causa do bom desempenho de Michael Keaton (na vida real, um ator menosprezado por seus filmes blockbusters e comédias românticas insossas), Emma Stone (a filha drogada de Riggan) e Edward Norton (no papel de um sério ator de teatro) . Os três estão concorrendo ao Oscar.