Há uma semelhança na base da ótima e recente produção espanhola O orfanato e da eficiente continuação de um relativo sucesso de Daniel Radcliffe feito há dois anos, A mulher de preto. Além do risco iminente para uma série de inocentes crianças, ambos filmes trazem à tona infernais musiquinhas infantis que causam arrepios, muitos brinquedos vintage que parecem, constantemente, à espreita, e passados obscuros que deixam os personagens bem desconfortáveis.

Sem o eterno Harry Potter em ação, cabe a uma ex-colega de elenco da franquia do bruxinho levar a história de A mulher de preto (baseado em livro de Susan Hill) adiante: Helen McCrory dá vida à ríspida Jean Hogg que reconhece, ao lado da professora Eve (Phoebe Fox), uma área tida como de maior segurança para um aglomerado de pequenos órfãos, no decorrer da Segunda Guerra Mundial.

Nada acolhedora, a mansão Enguia do pântano é pouco chamativa. Uma falta de luz se abate sobre o destino dos meninos, entre os quais o personagem-chave Edward (Oaklee Pendergast). O passado dos personagens fica apenas no campo da citação - pouco convincente para um meio de comunicação como o cinema. Lidando com demasiadas situações de risco e descontrole emocional, o diretor Tom Harper não consegue camuflar forçadas situações do roteiro.

Não há, por exemplo, nem resquícios de verossimilhança para a entrada em cena do piloto Harry, acusado de "falta de fibra moral" e interpretado sem maior relevância por Jeremy Irvine. No mais, A mulher de preto 2 traz representações de pesadelos e um grosso caldo de acusações e expiações de culpa sob medida para tirar o sossego do espectador.

Confira o trailer de A mulher de preto 2: