Inglês Benedict Cumberbatch estrela cinebografia do matemático Alan Turing
Longa dirigido por Morten Tyldum conta como o governo britânico teve acesso a mensagens nazistas durante a Segunda Guerra Mundial
Nenhum elemento em O jogo da imitação, um dos concorrentes mais convencionais a concorrer ao Oscar deste ano, foi inserido para instigar a plateia. A biografia de Alan Turing, um gênio da matemática contratado pelo governo da Grã-Bretanha durante a Segunda Guerra Mundial para trabalhar em um projeto secreto de interceptação de mensagens trocadas pelo exército nazista, é narrada de forma esquemática, apenas funcional.
A escolha por uma apresentação apenas superficial das mudanças sexuais e sociais durante o período também enfraquece o roteiro, espécie de cinebiografia com medo de expor seu protagonista. Entre outros elementos, a abordagem do caso de Joan Clarke (Keira Knightley), mulher contratada para trabalhar com os cientistas numa época em que o trabalho feminino era restrito a tarefas domésticas, é representada com apatia.
Morten Tyldum é um diretor de minisséries televisivas norueguesas. Nesta experiência cinematográfica, se apresenta como um cineasta a serviço da empresa que o contratou. Restrito, o diretor adota todas as regras do cinema clássico. Sem arriscar um só passo fora da linha, nega a seu biografado a representação de um indivíduo genial que viveu com plenitude suas escolhas dentro e fora do universo científico.