Um santo vizinho aposta em comédia com o ator Bill Murray
Confira a crítica do filme de Theodore Melfi
Ricardo Daehn
Publicação:13/02/2015 06:05
Simbolizando o blasé e a insatisfação com as vigentes convenções, o ator Bill Murray é quase um atestado de graça para filmes que tragam personagens ranzinzas e inquietos. Mais do que isso, na novíssima comédia, ele alcança uma santidade — capaz de isentá-lo, acima do bem e do mal, entre indisfarçáveis clichês.
Novos vizinhos de Vincent (Murray), Oliver e Maggie trarão mais do que desconforto: terão ruidosas passagens — já que, com eles, tudo arrebenta ou estoura, do portão da casa de Vincent derrubado pelo caminhão de mudança ao galo na testa do sexagenário tombado pelo excesso de álcool. Rude e direto, Vincent parece ter companhia à altura, ao lado da grávida prostituta Daka (Naomi Watts), que, como diz, sabe diferenciar “idiotas” de “retardados”.
Estagnado, no andamento de uma vida presa a episódios do passado e que vem embalada por Jefferson Airplane e Bob Dylan, Vincent fará as vezes de ocasional babá, mas sem a perfeição de um Robin Williams. Nem por isso, menos adorável. Mesmo que não exista refinamento no roteiro, Um santo vizinho vale pela eterna inadequação emanada por Murray, sempre desleixado e ácido. São tiradas sarcásticas como a de que “a América não foi construída ou defendida por abraçadores de árvores” que valem a graça.
Comédia é marcada por humor ácido
Simbolizando o blasé e a insatisfação com as vigentes convenções, o ator Bill Murray é quase um atestado de graça para filmes que tragam personagens ranzinzas e inquietos. Mais do que isso, na novíssima comédia, ele alcança uma santidade — capaz de isentá-lo, acima do bem e do mal, entre indisfarçáveis clichês.
Saiba mais...
Indicado ao Globo de Ouro, o ator bem poderia naturalmente engolir um filme repleto de estreantes, entre os quais o diretor Theodore Melfi e o menino Jaeden Lieberher, ótimo intérprete do fracote Oliver, menino sem muita orientação, mesmo com os esforços da mãe Maggie (Melissa McCarthy).Novos vizinhos de Vincent (Murray), Oliver e Maggie trarão mais do que desconforto: terão ruidosas passagens — já que, com eles, tudo arrebenta ou estoura, do portão da casa de Vincent derrubado pelo caminhão de mudança ao galo na testa do sexagenário tombado pelo excesso de álcool. Rude e direto, Vincent parece ter companhia à altura, ao lado da grávida prostituta Daka (Naomi Watts), que, como diz, sabe diferenciar “idiotas” de “retardados”.
Estagnado, no andamento de uma vida presa a episódios do passado e que vem embalada por Jefferson Airplane e Bob Dylan, Vincent fará as vezes de ocasional babá, mas sem a perfeição de um Robin Williams. Nem por isso, menos adorável. Mesmo que não exista refinamento no roteiro, Um santo vizinho vale pela eterna inadequação emanada por Murray, sempre desleixado e ácido. São tiradas sarcásticas como a de que “a América não foi construída ou defendida por abraçadores de árvores” que valem a graça.