Drama 118 dias estreia nos cinemas da capital; confira a crítica
Com Gael García Bernal no elenco, o filme narra a saga de um jornalista torturado pelo governo iraniano
Ricardo Daehn
Publicação:06/03/2015 06:01Atualização: 05/03/2015 15:06
Num trecho literário que dá início ao longa 118 dias há a menção a seres capazes de "farejar o coração" de outros. A licença poética cerca bem um tema desenvolvido no drama estrelado por Gael García Bernal: pelas supostas fraquezas das emoções de um prisioneiro, no caso, um repórter iraniano, um grupo de agentes do governo tentou impor realidade adulterada para incriminar o ativista do bom jornalismo. Como resultado, Maziar Bahari (Bernal) conseguiu angariar a atenção do mundo, na tumultuada eleição presidencial, na Teerã de 2009, que confrontou o estabelecido Mahmoud Ahmadinejad e o reformador Mussavi.
Com modestas bilheteria e repercussão, o diretor estreante (humorista de carteirinha e ator de filmes como Um novo despertar e O paizão) extrai um crível retrato do "espião da CIA", aos olhos do Irã. Quem contribui para o realismo é o torturador Javadi, feito por Kim Bodnia.
Acompanhar tramas de fraude, injustiças e ambientes paranóicos pode não ser fácil, mas Jon Stewart faz valer a pena, com a bela colaboração da atriz Shoreh Aghdashloo (indicada ao Oscar por Casa de areia e névoa) e pela emblemática cena de libertação, ao som de Dance me to the end of love.
Confira o trailer de 118 Dias:
A violência psicológica é usada para extrair informações de jornalista
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Uma conduta teatral já é implantada, de cara, no filme dirigido por Jon Stewart: vasculhando os pertences de Bahari, os agentes responsáveis pela prisão dele tacham de "pornô" produtos culturais criados por Leonard Cohen e Pier Paolo Pasolini. Sem muita resistência, Bahari acata um destino que já coube à irmã Maryam e ao pai Baba Akbar (o turco Haluk Bilginer), ambos dissidentes da "devota e ordeira" sociedade do Irã.Com modestas bilheteria e repercussão, o diretor estreante (humorista de carteirinha e ator de filmes como Um novo despertar e O paizão) extrai um crível retrato do "espião da CIA", aos olhos do Irã. Quem contribui para o realismo é o torturador Javadi, feito por Kim Bodnia.
Acompanhar tramas de fraude, injustiças e ambientes paranóicos pode não ser fácil, mas Jon Stewart faz valer a pena, com a bela colaboração da atriz Shoreh Aghdashloo (indicada ao Oscar por Casa de areia e névoa) e pela emblemática cena de libertação, ao som de Dance me to the end of love.
Confira o trailer de 118 Dias: