Longa Chappie sofre com roteiro pouco equilibrado e personagens infantilizados
Nova ficção científica de Neill Blomkamp estreia esta semana nos cinemas
Anna Beatriz Lisbôa - Especial para o Correio
Publicação:17/04/2015 06:00Atualização: 16/04/2015 14:14
Quando estreou nos longas-metragens com Distrito 9 (2009), Neill Blomkamp trouxe um ponto de vista diferente à ficção científica. Em vez de imaginar o futuro, ele nos joga em um presente apocalíptico, que reflete o histórico do apartheid e os problemas sociais enfrentados pela África do Sul, sua terra natal. A mesma fórmula inspira Elysium (2013) e Chappie.
Ainda que a força das narrativas de Blomkamp esteja nos contrastes (as desigualdades sociais estão presentes em seus três filmes), em Chappie o diretor nos oferece um universo binário, com mocinhos e vilões delineados como em uma fábula infantil - embora habitem um ambiente bastante violento. De um lado, a ingenuidade do robô e de seu criador; do outro, a inveja de Vincent Moore (Hugh Jackman), colega de trabalho de Wilson, e a frieza corporativa de Michelle Bradley (Sigourney Weaver).
O sul-africano Sharlto Copley - com quem Blomkamp já havia trabalhado em seus filmes anteriores - dá vida a Chappie. Dividido entre os sentimentos humanos e sua natureza mecânica, o robô se aproxima das criaturas concebidas por Steven Spielberg em A.I.: Inteligência artificial (2001) ou E.T. - O Extraterrestre (1982), as quais conservam a inocência, ainda que deslocadas em seu ambiente. Porém Blomkamp não tem a destreza do diretor norte-americano para evitar que sua história se perca no piegas.
Confira o trailer de Chappie:
Treinado por bandidos, o robô Chappie se torna vilão
Saiba mais...
Em 2016, a cidade de Joanesburgo é um caos urbano comandado pela criminalidade. A polícia conta com robôs desenvolvidos por Deon Wilson (Dev Patel) para reduzir os índices de violência. Contraditoriamente, o engenheiro que alimenta a indústria bélica é também um idealista e, a partir de um robô danificado, cria a primeira máquina capaz de pensar e de sentir como um humano. Apesar do intimidador corpo de metal, Chappie é como uma criança e precisa ser ensinado. Vendo o potencial do androide, bandidos o sequestram para transformá-lo em um aliado no crime.Ainda que a força das narrativas de Blomkamp esteja nos contrastes (as desigualdades sociais estão presentes em seus três filmes), em Chappie o diretor nos oferece um universo binário, com mocinhos e vilões delineados como em uma fábula infantil - embora habitem um ambiente bastante violento. De um lado, a ingenuidade do robô e de seu criador; do outro, a inveja de Vincent Moore (Hugh Jackman), colega de trabalho de Wilson, e a frieza corporativa de Michelle Bradley (Sigourney Weaver).
O sul-africano Sharlto Copley - com quem Blomkamp já havia trabalhado em seus filmes anteriores - dá vida a Chappie. Dividido entre os sentimentos humanos e sua natureza mecânica, o robô se aproxima das criaturas concebidas por Steven Spielberg em A.I.: Inteligência artificial (2001) ou E.T. - O Extraterrestre (1982), as quais conservam a inocência, ainda que deslocadas em seu ambiente. Porém Blomkamp não tem a destreza do diretor norte-americano para evitar que sua história se perca no piegas.
Confira o trailer de Chappie: