Na estrada como roteirista de Capitão Phillips, diretor de um filme de mérito como O preço de uma verdade e um dos autores do roteiro convencional de Jogos vorazes, o cineasta do novo Olhos da justiça faz valer a última proposta, de peso mais comercial. Billy Ray, diretor, se apropria de um êxito ainda recente do cinema argentino, O segredo dos seus olhos (2009), para deturpar conquistas e tirar o conteúdo enérgico.

 

 

 

No filme, Ray planifica situações e decalca momentos idênticos, mas despidos de latinidade e de afeto do original. Falta verdade na relação amorosa entre os personagens de Chiwetel Ejiofor e de Nicole Kidman (uma múmia de inexpressividade). Ele interpreta Ray, ex-agente do FBI, e ela, a procuradora de Los Angeles chamada Claire.

 

Há confusão e conflito de interesses na ação policial meio descontrolada da trama em que Ray e Claire dão forças para que uma colega, Jess, vivida por Julia Roberts, supere momento de extrema dor. Roberts dá um show numa cena forte que envolve cadáver encontrado na lixeira. Sob o verniz de Hollywood, e de trama que enxerta terrorismo do 11 de setembro, porém, poucos elementos reclamam autenticidade.

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