Longa 'Diplomacia' investe no poder das palavras
Adaptado de uma peça de Cybil Gély, filme se passa em período violento da Segunda Guerra
Ricardo Daehn
Publicação:29/01/2016 07:00Atualização: 28/01/2016 19:03
General von Choltitz está determinado a seguir as ordens do Terceiro Reich
Não são apenas os filmes ancorados na Bíblia que trazem a força da palavra: Diplomacia, adaptado de uma peça de Cybil Gély, respalda a tônica de um discurso argumentativo capacitado a mover montanhas, em meio ao período violento da Segunda Guerra.
Sem se ater ao cenário de sangue, comum às produções do filão, o diretor Volker Schlondorf opera noutro campo minado. Um gigantesco impasse desestabiliza o general von Choltitz, determinado a seguir as ordens do Terceiro Reich, invasor da França que pretende tirar Paris do mapa.
Uma barreira moral e repleta de racionalidade represa o fôlego do militar. Entrando, por passagem secreta do hotel em sala que Choltitz despacha, o cônsul sueco Nordling faz uso de sabatina íntima, que pode tocar o general a ponto de mudar o curso da história.
Com um filme conciso, sem espaço sequer para coadjuvantes, Schlondorf mostra uma capacidade de síntese quase indispensável, já que o filme praticamente se passa num só cenário. Funcional, pouco dado à emotividade, o roteiro é preciso, e, o melhor — com dois atores gabaritados como André Dussolier e Niels Arestrup, fica impossível para o cineasta perder o tiro.
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