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25/ABR/2024

'A garota dinamarquesa' retrata história de transexual na década de 1920

Filme retrata as dificuldades enfrentadas por Einar Wegener ao fazer a transição

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Ricardo Daehn Publicação:12/02/2016 07:00
Eddie Redmayne acaba ofuscado pelos coadjuvantes no drama pelo qual concorre ao Oscar pelo segundo ano seguido
 (DANISH GIRL/Divulgação)
Eddie Redmayne acaba ofuscado pelos coadjuvantes no drama pelo qual concorre ao Oscar pelo segundo ano seguido

Qual homem repararia, de pronto, nas novas roupas da parceira ou na pintura malfeita da esposa? Na Dinamarca, dos anos de 1920, esse homem existiu, sendo pintor e, no começo da vida, atendeu pelo nome de Einar Wegener. Ele sofreu o diabo pelo direito de definir a identidade sexual. Frágil e desconfiado até mesmo de ser vítima de um desequilíbrio químico, o protagonista, vivido por Eddie Redmayne, de A garota dinamarquesa representa um caso real.
 
 
Cumplicidade e desafio de padrões são elementos fortes no longa que, depois de candidato ao Leão de Ouro (no Festival de Veneza), concorre a quatro Oscars. Dirigido por Tom Hooper, o filme demarca coerência na filmografia dele, com particularidades para uma trama de época, como no musical Os miseráveis e no drama O discurso do rei, baseado em circunstância especial para a nobreza britânica. Até abandonar a hesitação, dominando a cena, Eddie Redmayne confirma ser supraestimado, com indicação ao Oscar. Não que esteja mal, mas demora muito a engrenar. Um recorrente falso sorriso acanhado quase compromete a performance.
 
Estiloso, o longa tem excelente fotografia a cargo de Danny Cohen. Em tons acinzentados, a trama evoluiu mostrando do sofrimento de Einar em frente ao espelho no processo de aceitação, até o ponto em que se assume Lily. Fundado no amor incondicional, com o qual a esposa do pintor (a sueca Alicia Vikander, vencedora do prêmio do sindicato dos atores) encoraja os traços de nova personalidade de Einar, o enredo evita focar no preconceito. Sem conhecimento de causa pregresso para a humanidade, Einar se estabeleceu como o primeiro transexual, em caso de repercussão pública.
 
Em última instância, A garota dinamarquesa se afirma como a história de uma enlutada, pela cumplicidade junto ao marido, que estuda trejeitos femininos, fica acuado, mas encara o desafio de vestir-se como mulher. O filme ganha mais elaboração diante dos sinceros personagens criados por Vikander (forte nome para o Oscar de melhor atriz coadjuvante) e por Ben Whishay (de As sufragistas e 007 contra Spectre), pilares de delicadeza para o reencontro da confiança do protagonista que experimenta até tratamentos arcaicos medicinais para demover “o pântano” que crê estar em si.
 
Confira as sessões para A garota dinamarquesa aqui.  

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