Conservar os roteiristas da franquia de Kung Fu Panda é um dos méritos do longa codirigido por outra dupla de profissionais com ligação forte nos projetos anteriores: Jennifer Yuh e Alessandro Carloni. Na linha dos ensinamentos (inseridos sem esforço na trama) está aquele que reforça a importância do desprendimento: “Quanto mais tiver; menos você terá”. Entram em cena também a importância dos laços familiares e o conceito de que a vida seja feita de aprendizado cotidiano.

 

 

O retorno ao mundo dos mortais é a meta do vilão Kai (“general supremo” de toda a China), no filme, que vem embalado, em momentos, por edição com apelo de histórias em quadrinhos. Num episódio de autoafirmação, o Dragão Guerreiro (mais conhecido como o barrigudo Panda Po) terá a derradeira aula com o mestre Shifu (uma espécie de Yoda). Na verdade, ele será testado para assumir a nova condição de mestre.

 

A situação vem antes de Po explorar um segredo: a existência da Vila dos Pandas. Um equilíbrio bacana entre ação e piadas é um acerto no filme que, sem medos, pode ser recomendado para os espectadores menores: até as cenas de luta, num colorido fosforescente, não repassam extrema agressividade.

 

A ação do longa traz algumas breves alternâncias entre o reino dos vivos e o dos espíritos. Nisso, há espaço para que o sábio mestre Oogway reapareça. Aprendendo a relaxar, e a se esforçar menos, Po segue com apetite a toda prova, sendo a comida praticamente uma obsessão. Rolar, em vez de andar, também está entre alguns aprendizados.

 

Enquanto absorve a ideia de liderar, Po terá a enorme surpresa do reencontro com o possível pai, uma espécie de forasteiro que atende por Li Shan. No animado número final (recheado por música), reina um clima de abertura de Copa do Mundo, mas sem aqueles excessos desse tipo de ocasião.

 

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