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23/ABR/2024

'Batman vs Superman' é um bom princípio para o universo DC Comics nos cinemas

Filme de Zack Snyder não empolga quanto deveria, mas serve de tira-gosto para o que virá

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Ricardo Daehn Publicação:25/03/2016 06:30

 Batman vs Superman: palmas para Ben Afflek e para Henry Cavill, nem tanto (Clay Enos/Warner Bros)
Batman vs Superman: palmas para Ben Afflek e para Henry Cavill, nem tanto


exigir um eixo dramático coerente, num filme de super-herói cheio de expectativas, talvez penda para ingenuidade. Mas percebe-se um incômodo gerado pela indecisão do diretor Zack Snyder ao apresentar um filme com o pé no chão ou apelar para a pauleira pura. Com excesso de cortes abruptos, numa ação de grafismo que, por momentos, deixa a desejar (alguém lembra do Hulk de Ang Lee?), Snyder quase se perde.


A quebra do realismo plantado inicialmente na fita pode ser relevada, especialmente quando, frente a frente, Bruce Wayne (Ben Afflek) e Clark Kent (Henry Cavill) se digladiam.


Até o momento dos sopapos, muita coisa acontece. Porém, nas mais de duas horas de projeção, a sensação de excesso realmente ganha forma. Há ainda a percepção de que o cineasta foi com demasiada sede ao pote, gastando todas as balas do pente na formulação de encontro entre vários heróis encaixados sem qualquer liga (com o perdão do trocadilho).


O miolo da trama muito diz para os brasileiros: há acalentado debate político, na defesa de democracia; a segurança nacional é invocada e Superman parece encantado, a contragosto da maioria, com suas “virtudes absolutas”. No rastro do heroísmo, ele deixa, porém, corpos de inocentes.

 

 


O conceito de crise toma corpo no longa em que a exaltação a heroísmo, por sorte, não se instala. Figura messiânica, para alguns, e “um alienígena”, na ótica de outros, Superman passa por questionamentos. Mesmo com lutas por demais coreografadas, e desajeitado, pela densidade do uniforme, o Batman de Ben Affleck é muito mais intrigante — principalmente, nas proezas como a de arrastar, sem maiores esforços, o Super-Homem. Justiceiro, aos moldes de um Zorro, o Homem-Morcego rouba o filme.


Até chegar a melodrama acoplado à trama e filosofices em torno do aprimoramento da humanidade, o diretor dos bons 300 e Watchmen: O filme maximiza a presença de um vilão genérico demais, a postos para suprir lacunas em cena do exagerado Lex Luthor, criado no equivocado tom do ator Jesse Eisenberg.


Com tanta maldade no ar, ruim mesmo foi a maneira de se apresentar Ciborgue, Aquaman e Flash. A primeira metade do filme, a presença de Amy Adams, na pele de Lois (“uma jornalista, não uma dama”, como ela define) e a ardilosa Mulher-Maravilha (Gal Gadot), ao menos, compensam a experiência de Batman vs Superman.

 

Para conferir as sessões do filme, clique aqui.

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