Não houve espaço para prêmios, quando da exibição do drama Prova de coragem, no 48º (e mais recente) Festival de Brasília do Cinema Brasileiro —, numa decisão sintomática.

 

O mais recente filme assinado por Roberto Gervitz (Feliz ano velho) trata da classe média, esfera ainda explorada de modo imperfeito no contemporâneo cinema nacional. Produzido de modo irrepreensível por Monica Schmiedt (uma recente perda para o cenário das artes brasileiras), o filme adapta enredo de Daniel Galera para o livro Mãos de cavalo.

 

No longa — formatado por interpretações não mais do que medianas de Armando Babaioff e Mariana Ximenes —, Hermano pretende uma escalada perigosa, rumo à Terra do Fogo, enquanto Adri, a afetada artista plástica que é mulher dele, quer ter um filho. Risco mesmo, e prova maior de coragem, no tabuleiro de dilemas, pende mais é para o espectador: estará ele disposto a acompanhar pouco mais do que um novelão vertido para a telona?