Rito de dores e solidão formata longa nacional de José Pedro Goulart
'Ponto zero' é centrado em trajetória adolescente
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Um pai de caráter pouco inspirador, uma mãe perturbada por confusão mental e quase nenhum aliado isolam o protagonista de Ponto zero, centrado em trajetória adolescente. Vivido, em alto estilo, por Sandro Aliprandini, Ênio está ansioso e sozinho, em permanente silêncio, por quase toda a trama do longa, compactada na ênfase do sufocamento juvenil.
Repassar as angústias da transposição de uma fase turbulenta, num contexto de cruel discriminação e nula vivência social é o objetivo maior do cineasta estreante em longas José Pedro Goulart.
Estruturado, enfaticamente, num fatalismo e numa condição de vida irreparável para Ênio, Ponto zero se afirma na complexidade de um universo que parece expurgar o jovem.
Mesmo seduzido pelas facilidades do tom acolhedor de vozes femininas (em telessexo), por exemplo, o jovem terá pouco mais do que tensão, no filme que é exemplar em elaborações de fotografia e música (a cargo de Leo Henkin, do musical Tangos e tragédias).
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