'La vanité' explora temas como eutanásia e prostituição
Longa francês de Lionel Baier se passa em hotel de beira de estrada
Ricardo Daehn
Publicação:15/07/2016 07:00Atualização: 20/07/2016 15:13
Tom certeiro dos atores dá liga ao longa francês
Num motel de beira de estrada, o cinema eternizou um dos melhores filmes de todos os tempos, com Psicose (1960). Com apenas 12 anos de dedicação em longas-metragens, o realizador suíço Lionel Baier chega ao sexto título, adentrando um ambiente similar, em La vanité, mas com uma trama bem diferente daquele clássico de Hitchcock.
Prestigiado pela seleção em Cannes, no segmento reservado para a Queer Palm (atribuída para fitas com exploração de teor gay), o novo longa de Baier alinha três personagens, completamente desconhecidos, que testarão afinidades e ideais humanitários, no que seria a despedida de David Miller (Patrick Lapp), decidido pela prática da eutanásia.
No que pode parecer um filme de câmara, com restrição não apenas de espaço, mas também de tempo, Esperanza (a sempre ótima Carmen Maura) se junta ao tipo atlético do quarto ao lado, Tréplev, interpretado por Ivan Georgiev (vencedor, como coadjuvante, do principal prêmio de cinema suíço). Ela, escalada para prestar assistência para David, e ele como testemunha ocular,acatando princípios legais.
A exemplo do personagem homônimo de A gaivota (peça do russo Anton Tchekov), Tréplev será decisivo no filme, entre outros fatores contemporâneos, pela dedicação à prostituição. Rápido e ágil, La vanité pode até parecer teatro, mas dado o esmero e o acabamento técnico que mesmo assim fica a dever para Carol, de Todd Haynes, o vencedor da Queer Palm, além do entrosamento dos atores, não perde o encanto com história comovente, e sem excessos.
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