'Um amor à altura' traz enredo de preconceito e superação
Em entrevista, a atriz Virginie Efira fala sobre a necessidade de se libertar das convenções
Ricardo Daehn
Publicação:05/08/2016 06:05Atualização: 04/08/2016 17:25
Diretor Laurent Tirard volta às comédias em novo longa
Uma das atrações mais comerciais no último festival Varilux, Um amor à altura coloca em evidência o espírito para comédias ligeiras adotadas pelo francês Laurent Tirard.
Depois de lidar com ícones da França como Astérix e Obélix, de se enamorar da dramaturgia de Molière e de apostas na graça de As férias do pequeno Nicolau, Tirard inova a fonte, ao buscar inspiração na ligeira comédia argentina Coração de leão — O amor não tem tamanho.
Ofensas e um amor repleto de superações residem no centro da trama em que o arquiteto Alexandre (Jean Dujardin, de O artista) se depara com Diane (Virginie Efira), advogada dona de incertezas.
Veja os horários em que o filme está passando.
Com ex-namorado dominador, ela buscou a separação. Tropeçou em Alexandre, o pretendente que tem por obstáculo a limitação na altura. Ir de encontro a preconceitos como os dos pais dela será uma das necessidades de Diane, dona de um celular perdido, um elemento de acesso a um novo amor. Atriz de filmes como Elle (nova fita de Paul Vernhoeven), Efira se destaca no elenco.
Três perguntas: Virginie Efira
O filme fala de aceitação e do peso da imagem. Como trata isso?
Na sociedade de hoje é um tema recorrente. Libertar-se de todas essas imposições é uma responsabilidade pessoal. O filme fala disso: como passar a ignorar o olhar de terceiros? O personagem de Jean Dujardin aceita o fato de ser como ele é. Já a minha personagem se encontra presa a convenções e a estereótipos.
Toda a ação de Um amor à altura se desenrola a partir de um celular perdido. Como você lida com os meios virtuais?
Do ponto de vista do uso de redes sociais, acho que tenho 140 anos (risos). Não uso Facebook, nem Twitter. A reflexão exige tempo e o imediatismo e as reações instantâneas são coisas que não compreendo. E ter que fotografar algo para que essa coisa possa existir... Realmente, não entendo
O que pode adiantar do filme feito com Paul Verhoeven que foi exibido em Cannes?
Mesmo pequeno, meu personagem conta algo especial. A reflexão se encaixa entre a farsa e a sátira social. Fala de como vítimas podem recuperar o controle. Verhoeven é um exemplo típico de que pessoas curiosas não envelhecem. Ele faz coisas impossíveis de serem feitas no cinema norte-americano atual. As atrizes lá dos Estados Unidos não compraram as ideias do filme que segue trilhos diferentes. Ao contrário das francesas.