Mortes e sexualidade aparecem como mote do novo filme de Anita Rocha da Silveira
Com potencial para grande filme, 'Mate-me por favor' aparece com estilo trash/cult e apresenta fragilidades
Alexandre de Paula- Especial para o Correio
Publicação:16/09/2016 06:30
Retratos da adolescência são ponta frágil do longa
A descoberta da morte e da sexualidade andam de mãos dadas no ambiente adolescente do longa Mate-me por favor, dirigido por Anita Rocha da Silveira. Com boas intenções, o thriller tem visual bonito e até promete ao começar com uma atmosfera misteriosa e sombria que narra uma série de mortes na Barra da Tijuca. Depois disso, é um passeio sem direção.
Saiba as sessões desse filme.
Com roteiro frágil e repleto de pontas soltas, o filme tenta uma narrativa aberta. A questão é que, sem rigor, isso quase sempre se torna um equívoco e a história genial na cabeça de quem criou transforma-se num emaranhado de situações jogadas que nunca vão encontrar solução — nem na tela, nem na imaginação do espectador.
Sem adultos, o filme tenta apresentar os embates da adolescência, mas termina pueril demais, sem força. A interpretação do elenco é frágil, os diálogos, em muitos momentos, sofríveis e o que prometia, pela exuberância visual e pelo clima, ser um grande filme acaba uma montagem trash/cult que não deu certo.
A trilha sonora soa falsa. O funk se torna mais um fio solto na trama. A representação da religião é mais frágil ainda. Uma pastora jovem e caricata entoa funks religiosos para fiéis que dançam animados...
Por fim, Mate-me por favor apresenta uma trajetória sem resultados, um passeio de nada a lugar nenhum. Isso não seria um problema se entre os dois pontos houvesse algo sólido, mas o filme acaba apresentando nada mais que um pacote vazio.