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13/DEZ/2024

'La la land' se apega ao otimismo como receita para enfrentar tempos difíceis

Um dos favoritos ao Oscar, o filme de Damien Chazelle também homenageia musicais

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Ricardo Daehn Publicação:20/01/2017 06:01Atualização:19/01/2017 18:55
A química entre Ryan Gosling e Emma Stone é um dos pontos altos do filme (Internet/Reprodução)
A química entre Ryan Gosling e Emma Stone é um dos pontos altos do filme

“Eu detesto jazz”: assim, taxativa, a protagonista (Emma Stone) de La la land: cantando estações, novo filme de Damien Chazelle, mostra a abissal distância entre o mundo dela e o do inusitado pretendente Sebastian (Ryan Gosling). A determinação contra o jazz parte do preconceito propagado pelo antigo modismo do sax de Kenny G. A cada estação do ano, porém, é tempo de mudança e os paradigmas são quebrados.
 
Arejar gostos e costumes não é constante na vida de Sebastian, que crê no jazz a ponto de vê-lo “como fênix, a renascer das cinzas”. Frustrado, com a multiplicação de bares capazes de substituir casas tradicionais do estilo musical, o instrumentista tem que se contentar com empregos provisórios, como tocar canções corriqueiras, em jantares natalinos.


 
“Boa sorte no ano-novo!” é o que Sebastian ouve do chefe (J.K. Simmons, um talismã para a filmografia de Chazelle), ao ser despedido, no fim de ano. Para quem puxar da memória, o cinema sempre foi profícuo em lavar a alma de personagens, a reboque da nostalgia e bons fluidos do Natal. La la land, de certo modo, é daqueles filmes que dão olé nos clichês revirados do avesso.

Casal sensação

Movidos a encontros e trombadas, Sebastian e Mia (Emma Stone, nunca tão bela e convincente) parecem combater ares nefastos prenunciados pela era Trump. La la land cheira a novo, representando o que foram os musicais como Cavadoras de ouro e Rua 42, que animaram os trabalhadores massacrados pela crise da bolsa nos anos 1930.
 
Entre bom humor, dores do crescimento de um casal, beijo postergado, coreografias literalmente junto a estrelas, renúncias pessoais e homenagens à arte (e, particularmente, ao filme Juventude transviada), La la land constitui raro prazer. Como Emma Stone e Ryan Gosling combinam! Mereceram a dobradinha de atores na premiação do Globo de Ouro.



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