Brasília-DF,
20/ABR/2024

'Axé: Canto do povo de um lugar' resgata a história do estilo que bombou nos anos 1990

Grandes nomes do estilo, como Ivete Sangalo e Bell marques, contam suas histórias no documentário

Diminuir Fonte Aumentar Fonte Imprimir Corrigir Notícia Enviar
Adriana Izel Publicação:20/01/2017 06:00Atualização:19/01/2017 18:53
Luiz Caldas é um dos precursores do estilo, com Fricote (Marcos Alberte/Divulgação)
Luiz Caldas é um dos precursores do estilo, com Fricote

Há mais de 30 anos, o gênero axé music deu os primeiros passos na Bahia, que, logo, se tornaram uma trajetória pelo Brasil. Durante o fim dos anos 1980 e o início dos anos 1990, o gênero ditava a moda do momento na música brasileira. Essa é a história que o diretor Chico Kertész conta no documentário Axé: Canto do povo de um lugar.
 
A produção explica desde as origens do trio elétrico até a indústria que se criou ao redor dos blocos de axé music em Salvador. Kertész reuniu profissionais do mundo da música, como produtores, empresários e técnicos, além dos próprios artistas que fizeram parte do surgimento e transformação do ritmo baiano. Axé: Canto do povo de um lugar vai desde Luiz Caldas, que fez o axé estourar ao som do hit Fricote, até Saulo Fernandes, o último nome forte do estilo.


 
O documentário agradará aos fãs do ritmo, mas pode servir de aprendizado para aqueles que nunca deram uma chance ao estilo baiano, que recebe diversos elogios de Caetano Veloso e Gilberto Gil durante o filme. O longa intercala depoimentos e imagens da época de uma forma bastante interessante, o que não o faz se tornar monótono, pelo contrário, a vontade é sair pulando atrás de um trio elétrico.

Confira as sessões
 
Os artistas importantes ao gênero que perderam espaço ao longo dos anos e acabaram sendo renegados pela mídia são citados, como Sarajane (que ficou famosa com A roda), a banda Reflexu’s (que tinha Marinez nos vocais e foi um dos grupos que mais apareceu no Cassino do Chacrinha), Gerônimo, Jota Morbeck, Ricardo Chaves e as várias vocalistas da Banda Mel (Márcia Short, Alobened Airam, Janete Dantas e Jaciara Dantas). Mas é claro que também há espaço para os grandes nomes, como Ivete Sangalo, Bell Marques, Durval Lelys, Daniela Mercury e Saulo Fernandes.
 
Além de contar a história da axé music, o documentário também faz um panorama de como está o ritmo nos dias de hoje, entrando em várias polêmicas, como a perda da força do axé no Brasil, a disputa entre artistas para sobreviver no mercado e até a saída de grandes líderes de bandas tradicionais.
 

Seis coisas que você vai aprender sobre a axé music com o filme de Chico Kertész


1. Pai e filho do ritmo
Durante o documentário, vários artistas tentam explicar quem seria o pai da axé music, até, que muitos chegam a conclusão de que o título poderia caber a Wesley Rangel, grande produtor do ritmo na Bahia. Ele criou o estúdio WR para gravar as bandas e os blocos baianos. Já o título de filho ficou com Luiz Caldas, a quem é atribuído o marco do surgimento da axé music com o lançamento da canção Fricote.
 
 (LUIS ROBAYO/divulgação)

2. Chegada de Carlinhos Brown no ritmo
Grande percurssionista, antes de integrar a Timbalada, Carlinhos Brown fazia parte da Banda Acordes Verdes ao lado de Luiz Caldas, Toni Mola, Paulinho Caldas, Cesinha, Carlinhos Marques, Silvinha Torres e Alfredinho Moura. O grupo foi formado em 1979 e serviu de base para vários artistas da axé music.

3. A favorita de Chacrinha
O sucesso da música baiana fez com que muitos artistas se apresentassem no Cassino do Chacrinha. O apresentador teve uma resistência no início, mas acabou se deixando levar pelo boa repercussão do ritmo. Assim nomes como Luiz Caldas e Chiclete com Banana se apresentaram no Cassino do Chacrinha. Mas a artista favorita do apresentadora era a cantora Marinez, vocalista da Banda Reflexu's.

4. Antes do nome Chiclete com Banana
O grupo Chiclete com Banana teve outros nomes antes de ganhar o título mais conhecido. A banda, que foi comandada por Bell Marques durante 30 anos, se apresentou pela primeira vez sob o nome de Scorpius. Também foi chamada de Traz Os Montes, que era o nome do bloco. O nome foi oficializado para gravar o primeiro LP lançado em 1982.
 
 (Fabio Cunha/Divulgação)
 
5. A saída de Bell Marques
A saída de Bell Marques do Chiclete com Banana sempre foi cercada de mistério. Após 30 anos no grupo, o vocalista anunciou que seguiria em carreira solo. O motivo de deixar a banda nunca tinha sido revelado oficialmente. Mas no filme Wilson Marques comenta a polêmica saída do irmão deixando a entender que houve uma briga entre eles: "é uma situação familiar. Ficou só eu e Waltinho".

6. Confusões internas no ritmo
O documentário aponta alguns motivos para a crise da axé music, entre elas, uma falta de parceria entre os artistas. A situação é citada por alguns cantores e profissionais do mercado, como Sarajane, Alobened Airam e até o jornalista Hagamenon Brito, responsável pelo termo axé music. Além disso, o documentário revela que a carreira solo de Márcia Freire após deixar a Banda Mel teria sido dificultada por conta do empresário do grupo que teria pago rádios para não tocar as músicas da cantora. 

COMENTÁRIOS

Os comentários são de responsabilidade exclusiva dos autores.

CINEMA

TODOS OS FILMES [+]

EVENTOS






OK

BARES E RESTAURANTES