'Beleza oculta' não convence ao falar sobre morte, tempo e amor
O drama traz as estrelas Will Smith, Keira Knightley e Helen Mirren
Ricardo Daehn
Publicação:27/01/2017 06:03Atualização: 27/01/2017 09:32
![Will Smith e Helen Mirren são alguns dos experientes atores escalados no longa (Reprodução/Internet) Will Smith e Helen Mirren são alguns dos experientes atores escalados no longa (Reprodução/Internet)](http://imgsapp.df.divirtasemais.com.br/app/noticia_133890394703/2017/01/27/158212/20170126150533550786i.jpg)
Will Smith e Helen Mirren são alguns dos experientes atores escalados no longa
Eclético pode soar como elogio para a irregular massa de obra criada pelo cineasta David Frankel, que assinou, entre outros, Apenas uma chance e Um divã para dois. Elementos dispostos no mais recente filme dele, Beleza oculta, composto por tempo, amor e morte, acusam uma tendência novelesca. Na base da praticidade, os personagens abraçam a mesma causa, entregando fortes dilemas da fita, didaticamente incorporado-os aos diálogos. A saber: às vésperas do Natal, o protagonista de Will Smith, Howard, sofre feito zumbi, três anos depois de uma grande perda na vida.
Acionista de empresa (coisa bem de novela, combinemos!), ele reluta em vender a parte dele, sem acatar a estratégia dos amigos Whit (Edward Norton, que confere dignidade a papel raso), Simon (Michael Peña) e Claire (Kate Winslet). Quem se lembra dos passos iniciais de Will Smith na telona, com Seis graus de separação, pode relacionar o mote com Beleza oculta, que trata justamente da conexão entre as pessoas. Forte, no começo do filme, o empreendedor e questionador Howard serve quase como modelo, um guru.
Cheio de falcatruas, numa dramaturgia fajuta, o diretor David Frankel conseguiu arregimentar elenco invejável, completado por Keira Knightley, Helen Mirren (ótima, na pele de uma atriz convencida) e Jacob Latimore. O trio é escalado, pelos amigos de Howard, para uma missão bem abstrata e que pode reabilitar Howard para a vida.
Fosse novela, o longa poderia chamar-se Vidas em jogo, trazendo de citações ao clássico À meia luz (1944) a menções à escola teatral de Stella Adler, passando por terapia de botequim, conselhos de motorista de uber, discussões do cosmos e de libertação, pelo amor. Tudo ficaria melhor numa montagem de teatro.