Confira a crítica da estreia da semana A jovem rainha
O filme acompanha a busca por autonomia de Cristina, rainha da Suécia
Ricardo Daehn
Publicação:17/03/2017 06:02Atualização: 16/03/2017 18:11
Elenco e direção de arte de 'A jovem rainha' não convencem
Definitivamente, não é pela direção de arte ou ainda pelos cenários, quesitos nada opulentos em A jovem rainha, que o longa do finlandês Mika Kaurismäki ganha relevância.
Muito mais pelo conteúdo, capaz de contar a história da moça Cristina (Malin Buska, uma má escolha do elenco) que, rainha com menos de 30 anos, modificou a paisagem política da Suécia.
Um tanto tumultuado por desacertos na divisão de causas religiosas, o país ganha nova feição pelo reagrupamento entre fatias protestantes e católicas.
A jovem rainha, para além da política, exagera na abordagem dos conflitos internos e sentimentais da majestade que, com dois pretendentes — Carlos Gustavo (François Arnaud) e Johan (Lucas Bryant) — prefere o risco da exposição, ao lado da “companhia de cama da rainha” chamada Ebba Sparre (Sarah Gadon).
Com maior convicção, porém, o filme se detém na busca por autonomia de Cristina, a princípio, dependente dos trajetos apontados pelo chanceler e regente Oxenstierna (Michael Nyqvist, em mais um trabalho convincente).
A disposição para se libertar de ensinamentos prévios, uma premissa apontada pelo admirado filósofo René Descartes (Patrick Bauchau), traça a ponte modernizadora para a Suécia, no século 17, a partir da visão humanista de Cristina.
Confira o trailer do filme