Documentário 'Pitanga' é uma homenagem ao pioneiro Antônio Pitanga
O longa com direção de Brant e Camila Pitanga pode ser considerado uma introdução à história do cinema nacional
Ricardo Daehn
Publicação:07/04/2017 06:02Atualização: 06/04/2017 17:16
Caetano Veloso é um dos que rasgam elogios a Antonio Pitanga
Um sorriso largo, a calmaria de uma missão cumprida, por parte de um artista devoto do Brasil, e uma penca de deliciosas anedotas que partem de figuras do quilate de Maria Bethânia, Haroldo Costa e Gilberto Gil compõem Pitanga. Elemento central numa jornada que atravessa mais de 50 anos da cultura nacional, o ator Antonio Pitanga monopoliza atenções, à medida em que desdobra a verve garimpeira dos diretores Beto Brant e Camila Pitanga, filha do homenageado.
“Você era voraz demais” está entre os depoimentos (no caso, de Ítala Nandi) coletados e que dizem respeito à fama de conquistador do artista que, escalado por Glauber Rocha, ajudou a afirmar o cinema novo. O ator é lembrado pelo diretor Neville d´Almeida, de Jardim de guerra (1970), em que o personagem de Pitanga recusa o rótulo de “macaco”.
Assertiva, Camila Pitanga comparece para melhor definir o pai: “Você é essa pessoa que dança a vida”. Sem invadir privacidades, o longa cristaliza a posição libertária de Pitanga. As atrizes Tamara Taxman e Angela Leal referendam a paternidade diferenciada do astro de peças revolucionárias, como A morte de Bessie Smith (saudada, no filme, por Caetano Veloso).