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25/ABR/2024

'Vida' é a aposta ousada do diretor Daniel Espinosa

Ficção científica chama a atenção por belas imagens e elenco eficiente

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Ricardo Daehn Publicação:21/04/2017 06:02Atualização:20/04/2017 18:10
David, personagem de Jake Gyllenhaal em Vida, corre risco no espaço 
 (Sony/Divulgação)
David, personagem de Jake Gyllenhaal em Vida, corre risco no espaço
 
Com menos de 40 anos, o diretor sueco Daniel Espinosa tem no currículo os feitos de assinar o fenômeno sueco Snabba cash e de ter produzido fitas com os astros Tom Hardy (Crimes ocultos) e Denzel Washington (Protegendo o inimigo). A mais nova incursão foi ousada: aplicar US$ 58 milhões numa ficção científica em que, para se divertir, o espectador tem que jogar parte do raciocínio para o espaço. Longe de ser ruim, Vida é espetaculoso, mas exige uma forte pitada de abstração, pelo cenário de polícia e ladrão estabelecido em plena missão especial.
 
“A curiosidade supera o medo” é uma das frases mais fortes de um dos personagens, por encerrar o ponto nevrálgico da trama: seis astronautas investidos na missão Pilgrim 7 se enamoram pelo controle de amostra orgânica extraída de Marte. Arrebatados pelo irresistível esplendor da criação, os personagens se deleitam com o apego de Hugh (Ariyone Bakare), que, num isolado laboratório, interage com um princípio de criatura simpaticamente batizada como Calvin.

No futuro, com oito bilhões de seres na Terra, Espinosa insere uma cena emblemática que conversa com o ícone do século 16, A criação de Adão e os famosos dedos que decoram a Capela Sistina. Todos os riscos corridos pela equipe espacial, que conta com figuras como Rory (Ryan Reynolds, numa participação) e David (Jake Gyllenhaal, sempre eficiente), a princípio, são calculados.
 
Ágil e esperta (a ponto de exigir vistas grossas do público), numa figura que faz lembrar uma estrela do mar, a criatura marciana implanta um toque de tensão pesado na trama. Entre cenas de desmedida coragem dos personagens, Vida estabelece outras sequências impressionantes como a do sangue vomitado em gravidade zero. Além da música retumbante de Jon Ekstrand, o filme tem o mérito da fotografia de Seamus McGarvey (de fitas históricas como Anna Karenina e Desejo e reparação).
 
Confira as sessões do filme. 
 
Como ponto baixo, o filme coloca uma situação de gosto muito duvidoso para um protagonista moribundo que, do nada (no meio do espaço), topa com um livro lido na infância. Também é exagerado o QI atribuído para o ser extraterrestre. No mais, há uma constelação de problemas na sobrevida de personagens como o safo Sho (Hiroyuki Sanada), no rescaldo de uma situação que pode afetar a Terra, com consequências devastadoras.

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